sexta-feira, 10 de maio de 2013

Ajuda à Igreja que Sofre
premia hospedeira de bordo despedida
por usar um crucifixo no pescoço


A associação pontifícia Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) reconhecerá nesta Sexta-Feira com o Prémio à Defesa da Liberdade Religiosa no Mundo a empregada da British Airways Nadia Eweida que foi despedida por usar um crucifixo no pescoço e a quem o Tribunal Europeu de Estrasburgo deu a razão.

O prémio, que reconhece a sua «luta contra a discriminação religiosa no Mundo Ocidental», será entregue na celebração das III Jornadas sobre Liberdade Religiosa que a AIS organiza e acontecerá nesta sexta-feira às 16:00 horas na Universidade CEU San Pablo de Madrid.

O caso de Nadia Eweida, cristã copta do Reino Unido, repercutiu-se nos média quando em 14 de Janeiro de 2013 o Tribunal Europeu de Estrasburgo deu a sentença a seu favor no processo feito contra a British Airways por tê-la demitido por usar uma cruz no pescoço. A empresa alegava que usar um crucifixo prejudicava o conceito de marca da empresa.

O tribunal sustentou que «os tribunais não respeitaram o equilíbrio entre o desejo da demandante de manifestar a sua crença religiosa e o desejo do seu empregador de projectar uma determinada imagem corporativa». Do mesmo modo, a sentença sublinha que «outros empregados da linha aérea britânica tinham sido autorizados a usar objectos religiosos como turbantes ou hiyab, sem nenhum impacto negativo sobre a imagem da British Airways».

A linha aérea ofereceu a Eweida um trabalho como administradora onde «não teria que usar uniforme nem teria contacto com clientes», ao que ela se negou. Finalmente, a demandante voltou para a sua função em Fevereiro de 2007 quando a companhia mudou a sua política para permitir a exibição de símbolos religiosos.

O Arcebispo de Bukavu defende os direitos humanos e a paz

Nas Jornadas participará também o Arcebispo de Bukavu (R.D. do Congo), Dom François-Xavier Maroy, que foi um dos principais defensores da paz e dos Direitos humanos na região dos Grandes Lagos da África Oriental. Maroy teve que fazer frente a várias guerras civis que assolaram a zona leste do Congo, com «graves represálias» para a Igreja, conforme informa AIS.

Actualmente, o prelado continua a denunciar a violência e a lutar contra a pobreza, a AIDS e outras doenças, assegurando que «a Igreja é a única organização politicamente neutra que pode ajudar todos a ter um futuro melhor».

A apresentação do acto está a cargo da presidente da AIS Espanha, Pilar Gutiérrez Corada, e a seguir, acontecerá a conferência «Testemunhos de perdão e reconciliação dos mártires da perseguição religiosa espanhola (1931-1939)», dada pelo sacerdote Jorge López Teulón, postulador da Causa dos Servos de Deus da Província Eclesial de Toledo e da Diocese de Ávila.

Haverá um breve colóquio, o bispo de Getafe, Joaquín María López de Andújar, fará a sua exposição sobre «A liberdade religiosa à luz da revelação e da Doutrina Social da Igreja».

Seguindo-se a entrega do II Prémio pela Liberdade Religiosa no Mundo, Dom Maroy Rusengo falará sobre «Os católicos do Congo: necessidades, sofrimentos e esperanças». Depois desta palestra haverá um testemunho sobre a dificuldade de viver a fé cristã na China.

Para fechar a sessão, intervirá a doutora Soha Abboud Haggar, professora titular da Universidade Complutense de Madrid, que falará sobre a «Situação actual dos cristãos no Egipto, Síria e Libano». A Jornada encerrará com uma Via Lucis pelos cristãos perseguidos.





Sem comentários: