quarta-feira, 28 de março de 2012

As feridas da Igreja III


José Augusto Santos

Como dizia no final do artigo anterior, vamos hoje mais fundo, à própria raiz da erva daninha que está a abafar a «semente lançada à terra».

Como poderá vir a concluir o próprio leitor, existe uma mão negra que ocultamente está a dominar o mundo, de cuja acção resulta a grave crise que atravessamos, tanto no âmbito dos valores morais como no da economia e finança.

Como nas ciências forenses, em que uma mão em abstrato é apenas uma mão, havendo por isso a necessidade de determinar, por meio da impressão digital ou palmar, a quem possa pertencer, também aqui vamos ver que essa mão negra pertence à Maçonaria, que por sua vez, segundo exaustivos “testes laboratoriais”, se concluiu ser filha do judaísmo.

Trata-se porém de um judaísmo desviante, não da religião judaica em si, razão pela qual não podemos conceber qualquer hostilidade contra os Judeus, seja por motivos raciais, religiosos, económicos ou políticos. Isso seria aquilo que se chama de anti-semitismo.

O mal que já vários autores denunciaram e por repetidas vezes ao longo dos séculos a Igreja condenou, é aquele que resulta da actividade de uma seita do judaísmo, os cabalistas, praticantes do ocultismo, que desde o início da era cristã se revelaram serem os grandes inimigos da Igreja de Cristo. Porém, com o tempo, os cabalistas deixaram de ser apenas essa seita judaica, por a ela terem afluído elementos de outros credos, e posteriormente até ateus.

Reunidos assim numa associação secreta, viria esta a ser mais tarde condenada pela Igreja na acepção de Maçonaria. Até então, 1738, a Igreja sempre teve que se defender dos males causados pelo judaísmo, ou seja, dos judeus dessa seita. A partir de 1738, como dizia, o mesmo inimigo passou a ser conhecido como Maçonaria, se bem que já muito antes esta associação secreta assim se designava.

Nunca, mas nunca a Igreja de Cristo deixou de ser perseguida, desde Anás e Caifás até aos nossos dias. Em toda a sua história, os mais caudalosos rios de sangue cristão nasceram do ódio à Igreja Católica por parte da monstruosa serpente judaizante.

Os cabalistas, desde sempre orientados pelo seu guia, o senhor das trevas, têm trabalhado avidamente para erradicarem da sociedade não só o próprio Cristianismo como tudo o que lhe possa estar associado. A sua Maléfica acção continua hoje, como outrora, a ser denunciada pela Igreja. Desde Clemente XII até Bento XVI, nenhum Pontífice deixou de condenar a Maçonaria, proibindo os seus filhos de a ela se associarem. Eis alguns exemplos dessa condenação formal:  
Em 4/5/1738, Clemente XII, pela Bula In Eminenti; em 18/5/1751, Bento XIV, pela Providas; Pio VII em 1821; Leão XII em 1825; Gregório XVI em 1835; Pio IX em 1865; Leão XIII em 1884.

Este último Papa, Leão XIII, na Encíclica Humanum Genus, de 20/4/1884, adverte a todo o Católico para que não caia na esparrela dos maçónicos; que ninguém se deixe enganar pela sua «simulada honestidade». Diz ainda que «pode, efectivamente, parecer a alguns que nada exigem os maçónicos que seja contrário abertamente à santidade da religião e dos costumes; mas como a razão e toda a causa da seita está no vício e na infâmia, justo é que não seja lícito unir-se com eles ou de qualquer modo ajudá-los».

No mês seguinte à publicação desta Encíclica era decretada a pena de excomunhão automática (Latae sententiae) para os membros da seita. Importa aqui relembrar que até aos nossos dias não houve comutação ou anulação dessa pena. É falsa, portanto, a ideia que alguns tentam passar, de que hoje em dia já não existe incompatibilidade entre Catolicismo e Maçonaria. Tal afirmação é o mesmo que dizer que a Igreja de Cristo já aceita a igreja de Satanás.

As últimas conspirações maçónicas conhecidas de Leão XIII, tiveram como alvo o Concílio Vaticano I, inaugurado em 8 de Dezembro de 1869. Pelos documentos autobiográficos de Santo António Maria Claret, que fora um dos Padres Conciliares, soube-se que, três meses decorridos desde o início do Concílio, membros da seita tentaram explodir a capela onde se reuniam os Padres Conciliares. Um dos inimigos caiu gravemente enfermo. Antes de morrer, Deus tocou-lhe o coração e revelou o plano ao confessor. Foram a um sótão do Vaticano e encontraram vários barris de pólvora.

Este facto obrigou os membros da seita a mudarem de táctica. Ao recorrerem à escrita como forma de comunicarem entre si os novos planos, não tardaram a serem conhecidas as suas intenções. Assim o anotava Santo António Maria Claret, em 24/3/1870:
«Foi impresso e posto como manifesto um panfleto onde um sujeito da loja secreta diz o seguinte: …O objecto do Concílio é fortificar o poder espiritual e temporal do Papa… Nós devemo-nos opor com todas as nossas forças… Faremos com que o Concílio se prolongue e que seja insuportável. Que se divida o Episcopado, que se debilite a Fé, que se desprestigie o Papado e que a indiferença se apodere dos povos e, finalmente, que caia a Igreja… Nos valeremos de todos os meios e finalmente o Concílio abortará».

Apesar de ter lido esse panfleto dois meses antes e por isso já não ser surpresa para ele, o Santo Arcebispo sofreu nas sessões Conciliares com as intervenções dos maçónicos lá presentes. Sobre a sessão Conciliar de 20 de Maio, tratando da Infalibilidade do Papa, diz ao Pe. Xifré: «Ao ouvir os disparates, e ainda as blasfémias e heresias que diziam, senti dentro de mim tal indignação e zelo que se me subiu o sangue à cabeça e me causou uma ligeira comoção cerebral.» (1)

Sim, caríssimo leitor, dado que a Maçonaria se introduziu no coração da Igreja, tinha que estar no próprio Concílio… Entende agora porque é que padres, bispos e cardeais, filhos do diabo, como lhes chama S. João na sua 1ª carta (1Jo 3, 8.10), têm abalado seriamente as estruturas da Igreja com tods os escândalos que tem havido? Eles bem se têm empenhado no seu desmoronamento… Não fosse a sua cegueira e veriam que jamais conseguirão os seus intentos, por grandes que possam ser os estragos causados, uma vez que «as portas do Inferno nada poderão contra ela» (Mt 16,18).

(1) St. Antº. Mª. Claret, Epistolário-carta, nº 91.

Sem comentários: