segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Ser humano, quem és?

Sofia Guedes

Ser humano, quem és? ( a propósito das barrigas de aluguer)

Ontem dia 19 de Janeiro de 2012, estive com um grupo de mais 3 amigos, a assistir silenciosamente nas galerias da Assembleia da República à apresentação dos projectos lei para as «Barrigas de Aluguer». Enquanto o resto das bancadas tinham muitas pessoas ligadas aos movimentos de lésbicas, gays, etc, nós éramos aqueles 3...    Foram quatro horas de silêncio, de paciência de compaixão, mas de uma profunda tristeza e preocupação por estar a assistir mais uma vez ao espectáculo decadente, deprimente e desumano.

Essas quatro horas, deram-me a possibilidade de olhar de cima.  Lembrei-me então que ainda mais acima, está Aquele que nos deu vida.  Aquele que um dia foi derramado pelo Baptismo à maior parte daqueles que ali estão sentados a desenhar uma estratégia, minuciosa e incisiva para dar cabo do ser humano. É uma operação cirurgicamente pensada, com o objectivo de retirar “sem dor” a alma ao ser humano.

Isto parece uma coisa subjectiva, mas tirar ao ser humano aquilo que o anima, é matá-lo.  E por isso vale tudo: na lei dos mais fortes, a primeira coisa a fazer é acabar com os mais fracos, calá-los para sempre.  Como? Começa-se por mudar o significado da verdade, depois  calar os que falam, em seguida oferece-se  presentes grátis, falsos (o vale tudo), a troco de um prazer de poder, de domínio.  O chamado presente envenenado!!!

Todos ouvimos, mas nem todos escutaram o que ali se propôs.  Máximas como:  ter um filho é um «direito» de todos: O  homem sozinho, a  mulher sozinha, um par de lésbicas, um par de homossexuais, uns que ainda não se definiram e ainda outros que já não são novos,  que ultrapassaram a idade fértil. Os «coitadinhos». Vale tudo para todos.  Estou certa que se esta lei passar, chegaremos ao cumulo de uma criança que saiba exprimir-se exija para ela um «boneco» de verdade! Isto não é a brincar.

Só uma deputada foi brilhante = iluminada:  a Teresa Caeiro, do CDS-PP. Falou com o coração e a inteligência de mulher, de mãe e pessoa.  Colocou questões que provocaram um silêncio impressionante.  Lá de cima conseguia-se ver a expressão de espanto de tantas mulheres e alguns homens perante tais questões!!! É que só quem conhece a maternidade pode falar.  Só quem olha a sua mãe com carinho, pode saber o que é ser filho de verdade.  

Será que temos a consciência do que está a acontecer? Pergunto: «conseguem dormir descansados?» Eu, não!

E pergunto a tantos que se dizem cristãos católicos, conhecem a Sagrada Escritura?, conhecem o conteúdo do Catecismo? Aqueles que estão actualizados, já entenderam o que nos diz esta história do Rei David (profeta Samuel), que estamos a seguir neste tempo litúrgico?

Já não consigo esconder ou fingir que isto não tem nada a ver com Cristo!  Tem tudo. E eu não tenho medo de assumir.  Se me afasto d'Ele, sinto-me a afogar neste mar de inferno.

Somos um pequeno exército, somos os escolhidos e podemos muito!!! Como? Ser presença, mesmo que silenciosa.  Podem-nos calar a boca, atar os braços, privarem-nos de tudo, mas a nossa liberdade encharcada de amor, ainda pode muito! Nós de facto não temos a noção do Amor de Deus.

Que Ele nos perdoe e nos acorde para sermos homens  e mulheres novos, com  objectivos, com coragem e com convicção. Amar o próximo como a nós mesmos é o mandamento novo e perene. 

Aqui fica o meu grito de alerta: ACORDEM

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