sexta-feira, 8 de julho de 2011

Discernir sempre a qualidade da música usada na liturgia, sublinha o Papa

Na sua carta enviada pela ocasião do 100.° Aniversário do Pontifício Instituto de Música Sacra, o Papa Bento XVI incitou a obter a formação adequada que permita discernir sempre a qualidade da música que se usa na liturgia.

No texto enviado ao Cardeal Zenon Grocholewski, Grande Chanceler do Pontifício Instituto, o Papa recorda que foi São Pio X quem fundou a Escola Superior de Música Sacra, elevada duas décadas depois a Pontifício Instituto por Pio XI.

Bento XVI destacou que para compreender claramente a identidade e a missão desse Instituto era necessário saber que São Pio X o fundou “oito anos depois de ter emanado o Motu Proprio ‘Tra le sollecitudini’ de 22 de Novembro de 1903, com o qual realizou uma profunda reforma no campo da música sacra, recorrendo à grande tradição da Igreja contra o influxo exercido pela música profana, sobre tudo a ópera”.

“Para ser executada na Igreja universal, essa intervenção magisterial necessitava de um centro de estudos e de ensino que transmitisse de forma fiel e qualificada as linhas indicadas pelo Supremo Pontífice segundo a tradição, autêntica e gloriosa, que se remonta a São Gregório Magno”.

“No lapso dos últimos cem anos – prosseguiu Bento XVI – esta instituição assimilou, elaborou e irradiou os conteúdos doutrinais e pastorais dos documentos pontifícios, também os do Concílio Vaticano II concernentes à música sacra para que iluminem e guiem a obra dos compositores, dos maestros de capela, dos liturgistas, dos músicos e de todos os formadores neste âmbito”.

O Papa ressaltou depois como desde São Pio X até hoje “tendo em conta a evolução natural, há uma continuidade substancial do Magistério sobre a música sacra” e citou Paulo VI e João Paulo II, que “à luz da constituição conciliar Sacrosanctum concilium reiteraram a finalidade da música sacra, quer dizer, ‘a glória de Deus e a santificação dos fiéis’”.

“Mas temos que nos perguntar sempre: Qual é o verdadeiro sujeito da liturgia? A resposta é singela: a Igreja. Não é o indivíduo ou o grupo que celebra a liturgia, mas esta é em primeiro lugar a acção de Deus através da Igreja, que conta com sua história, sua rica tradição e sua criatividade”.

“A liturgia, e em consequência a música sacra, ‘vive de uma relação constante e adequada entre sana ‘traditio’ e ‘legitima progressio’, tendo sempre presente que estes dois conceitos se integram mutuamente porque a tradição é uma realidade viva e engloba portanto em si mesmo o princípio do desenvolvimento e do progresso”.

Sendo fiel à sua missão e tendo em conta os elementos descritos, continuou o Papa, “este Pontifício Instituto continuará a oferecer uma contribuição válida para a formação neste campo, de pastores e fiéis leigos nas Igrejas particulares, favorecendo também um adequado discernimento da qualidade das composições musicais utilizadas nas celebrações litúrgicas”.



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