terça-feira, 21 de junho de 2011

A ideologia de género
é uma "apresentação sinistra"
da sexualidade humana

O Arcebispo de Paris e Presidente da Conferência Episcopal Francesa (CEF), Cardeal André Vingt-Trois, advertiu que a chamada "ideologia do género", que está na moda em alguns meios, mesmo católicos, é uma representação "escura e sinistra" da sexualidade humana.

Numa entrevista concedida à Rádio católica Notre Dame, o Cardeal comentou que a inclusão da ideologia do género nos manuais de assuntos sociais de todas as aulas de première (que corresponde ao penúltimo ano do segundo grau onde a idade média é de 16 anos) obrigatórias a partir do ano escolar 2011-2012.
Esta ideologia, explicou o Cardeal, não tem nenhuma valorização do aspecto afectivo da sexualidade humana. Ao contrário, "aborda a experiência humana neste campo de maneira puramente mecânica, com a premissa de que a orientação sexual é uma construção puramente cultural".

O jornal vaticano L'Osservatore Romano (LOR), que recolhe na sua edição da terça-feira 21 de Junho as declarações do Cardeal, explica que a ideologia do género nasceu nos Estados Unidos há 30 anos, desenvolveu-se logo na Europa seguindo "linhas particulares do primeiro feminismo e logo do pensamento homossexual".

Esta ideologia, segundo o LOR, "pretende afirmar que no mundo moderno a diferença entre homem e mulher é um facto social (uma 'construção') em vez de algo biológico. Dessa forma a orientação sexual e com isso a identidade do género e o papel do género – contaria mais do que o sexo biológico".

O Arcebispo de Paris disse também que com a ideologia do género incluída na educação dos jovens franceses se propõe "uma sexualidade que se reduz às relações sexuais, sem considerar como estas estão articuladas no desenvolvimento de uma pessoa".

As autoridades procuram uma educação sexual centrada exclusivamente nas doenças sexualmente transmissíveis, em dar conselhos sobre como evitá-las, na interrupção da gravidez (aborto), que representa a 'chave mestra" do programa.

Este é um dos aspectos mais "tristes" dos manuais, continuou, porque "quando os educadores não conseguem gerar uma verdadeira introdução à vida afectiva, são reduzidos a fazer dela um tema de ciências naturais".

O Cardeal sublinhou finalmente a importância de ajudar os jovens a compreender que a sua sexualidade e energia afectiva não constituem simplesmente um fenómeno hormonal mas é algo constitutivo da pessoa que deve crescer harmoniosamente "e sempre ao interior de uma autêntica relação humana".


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