Em seu discurso na quinta-feira 2 de Março em Le-Puy-en Velay, na localidade de Haute-Loire no centro da França, uma das etapas francesas onde se origina a peregrinação para o Caminho de Santiago de Compostela (Espanha), o mandatário visitou a Catedral, o baptistério e algumas instalações próximas no marco do projecto de reconstrução do património nacional francês, que já foi iniciado.
Depois da visita e em seu discurso de meia hora, o mandatário falou primeiro sobre a alegria que experimentava ante a "majestade sorridente" e a beleza dos lugares no caminho para Puy-en Valey, marcados pela herança cristã de séculos de história aonde também se aprecia "um formidável caminho espiritual para o Céu".
Para Sarkozy, cada uma das cidades da França "não seria hoje o que são aos olhos dos franceses e aos olhos do resto do mundo sem suas catedrais ao redor das quais convergem sempre fiéis e turistas".
"Esta herança nos obriga. Esta herança é uma oportunidade, mas acima de tudo um dever. Estamos obrigados por esta herança. Obriga-nos porque não somente devemos transmiti-la às gerações que nos sucederão mas devemos assumir esta herança sem complexos e sem falso pudor".
Ao falar do dever de proteger o património nacional, o presidente Sarkozy disse que esta tarefa procura "defender os sinais tangíveis de nossa identidade" já que em um país que carece dela "tampouco há diversidade".
Proteger o património, disse logo, "é resistir, queridos compatriotas, à ditadura do presente, à ditadura do imediato e, diria, à ditadura do intercambiável onde tudo vale o mesmo e nada é mais valioso".
"A partir deste ano terão início outros projectos, como o da abadia de Clairvaux (Claraval), outro lugar excepcional e testemunho vivo da contribuição da Cristandade à nossa civilização. Ao dizer isto não faço mais que recordar uma evidência: o aporte da cristandade à nossa civilização".
Sarkozy assinalou logo que embora ninguém seja prisioneiro da história, "sempre é perigoso amputar a memória".
"Se renunciarmos a transmitir a herança, se existir a tentação de não transmitir nada, não nos lamentemos pelos resultados, mas se a ambição é transmitir muito, o resultado nos surpreenderá".
O presidente da França ressaltou logo que "a Cristandade nos deixou uma magnífica herança de civilização e de cultura: os presidentes de uma república laica. Posso dizer isto, porque é a verdade. Não faço proselitismo, mas simplesmente observo a história do nosso país".
Logo depois de recordar que em Puy-en Velay, cidade que guarda imagens da Virgem Maria e São José, o presidente Sarkozy disse que "vim aqui para dizer que a França tem um patrimônio que deve preservar e compartilhar. Vim para dizer que a França tem uma identidade da qual deve estar orgulhosa".
"Aqui em Puy-en Velay -concluiu- um pouco mais que em outros lugares, é evidente que a França também tem uma alma".
Para ler o discurso completo em francês visite: http://www.elysee.fr/president/les-actualites/discours/2011/discours-du-president-da-republique-au.10788.html
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