O Bispo de Salto, Dom Pablo Galimberti, recordou aos católicos que a crença na reencarnação é incompatível com a fé cristã, porque a vida é uma só e ao final dela Deus fará um juízo justo e misericordioso.
"A reencarnação não é compatível com a fé cristã, de acordo com os ensinamentos de Cristo, segundo o qual ao final de nosso único caminhar vital, haverá um juízo e uma eternidade, conforme a nossas obras, postas na balança por um Deus justo e misericordioso. Este final imprime à nossa vida um carácter único", expressou o Prelado em um artigo publicado no jornal Cambio.
Dom Galimberti explicou que a reencarnação é uma crença do hinduísmo, do budismo e da religião afro-brasileira e espírita Umbanda. "Em muitas cidades do Ocidente desembarcaram centenas de gurus que difundem e iniciam nestas crenças; outras vezes também são conhecidas através da prática do Yoga, não enquanto posturas corporais mas enquanto ideias que no decurso de tais sessões, às vezes, são propostas."
O bispo uruguaio afirmou que respeita as pessoas com outras crenças. Entretanto, recordou aos cristãos que esta ideia não é compatível com os ensinamentos de Cristo.
O bispo indicou que também da filosofia se pode analisar esta ideia. "Julián Marías diz que o aspecto irrepetível da vida humana poderia ser expresso assim: 'os dias contados' e que isto nos obriga a ter que acertar. É que se a vida fosse interminável não seria importante errar, porque o tempo perdido seria indiferente; sempre ficaria outro capítulo para rectificar ou voltar a começar".
Dom Galimberti recordou que "cada porção da vida gravita sobre todas as demais, de tal modo que quando jogamos um fragmento da vida, em certa medida estamos jogando a vida inteira. A vida é pois irrevogável".
Entretanto, indicou que "a nossa época tem uma tremenda resistência a aceitar a irrevogabilidade da vida. O homem actual não quer que nada seja irrevogável (os anos, envelhecimento, matrimónio, os votos religiosos…)".
"O mal é que essa resistência é bastante inútil, porque quer nós gostemos ou não, é assim, e quando se tenta contrariar esta condição, em primeiro lugar desvaloriza-se aquilo que se pretende fazer revogável", explicou o prelado citando o autor Julián Marías.
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