segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Será preciso que o ministro francês do interior explique a alguns padres e bispos bem-pensantes a expulsão de ciganos?

Heduíno Gomes

O ministro francês do Interior, Brice Hortefeux, afirmou que tem as portas abertas para o presidente da Conferência Episcopal francesa e para quem queira acompanhá-lo a discutir as expulsões de ciganos do território francês.
 

Perante as críticas a essa política lançadas este fim-de-semana por certos membros da Igreja, o ministro deixou claro que está disponível para “escutar o que tenham a dizer” tais líderes católicos.

"Estou plenamente disposto a receber, se ele o desejar, o presidente da Conferência Episcopal, o cardeal e arcebispo de Paris André Vingt-Trois, acompanhado de quem quiser", disse Hortefeux.

Mas seria necessária tal explicação? Não será assim tão evidente a justeza do governo francês?


O que acontece é que, dentro da Igreja, existe uma componente bem-pensante, politicamente correcta, sempre disposta a aparecer como boazinha aos olhos de todos, especialmente da esquerda, mesmo à custa de colocar em causa a própria sustentabilidade do Estado, seja em França ou em qualquer outra parte do mundo.

Quem deveria ter de explicar os seus actos políticos deveriam ser esses bem-pensantes e não o ministro francês do interior.

Por seu lado, Bento XVI, falando em francês disse que os cristãos são chamados a “acolher as legítimas diversidades humanas, seguindo Jesus, que veio unir os homens de todas as nações e todas as línguas”. E logo os bem-pensantes, incluindo os bem-pensantes portugueses, insinuam que as palavras de Bento XVI são uma condenação da expulsão desses ciganos. Terão razão os bem-pensantes?

Existirá na declaração do Papa, ou no Evangelho, alguma palavra a dizer que devem ser acolhidos os criminosos?

E será que a França não é já um país acolhedor de «diversidades humanas» e dos «homens de todas as nações e todas as línguas»?

O Papa, que, como se sabe, é muito boa pessoa, será um bem-pensante?

O Papa, que, como se sabe, combate frontalmente o relativismo, terá virado politicamente correcto?

O Papa, que, como se sabe, é inteligente e bem informado, ignorará os meios de subsistência que utilizam esses ciganos?

Ver acima a peça sobre o bem-pensante Pedro Bacelar de Vasconcelos e o seu apoio aos ciganos traficantes de droga.







Sem comentários: