domingo, 30 de março de 2014
O não banal João Lopes e a sua crítica de cinema
Luís Lemos
O crítico de cinema da SIC-N referiu-se à série americana A Bíblia e ao filme O Filho de Deus, onde o actor português Diogo Morgado desempenha o papel de Jesus Cristo. E que diz o sensível João Lopes sobre a qualidade da série, que por acaso é um êxito absoluto nos Estados Unidos? Diz que é «banal»...
Sabem o que para este João Lopes não é «banal» mas antes «de grande sensibilidade»?
São as histórias nojentas de invertidos!
Eis porque o sensível João Lopes não é banal. É raro. Apesar de parecerem muitos, apenas por estarem em lugares de destaque.
sexta-feira, 28 de março de 2014
Isto é a Rússia
Conheça as «crianças-soldado» russas. Há clubes de treino militar, na Rússia, especialmente dedicadas a crianças com idades a partir dos cinco anos.
Algumas crianças russas são encorajadas a usar armas reais. Os «Berkut», clubes militares, treinam crianças russas que sonham vir a pertencer às unidades de elite do exército russo e lutar sob o comando de Vladimir Putin.
Crianças a partir dos cinco anos são enviadas para praticar marchas militares, treino de combate com armas e homem para homem. Com 12 anos, aprendem também a disparar metralhadoras Kalashnikov e outras armas de combate. As outras actividades incluem paraquedismo, queda livre e escalada.
O clube apela aos pais russos para não esperarem que os filhos se tornem drogados ou alcoólicos e os alistarem logo. O clube, formado na era soviética, oferece um curso de jovem paraquedista, que inclui várias disciplinas militares e de desenvolvimento físico.
Ver 10 fotos na fotogaleria em:
http://www.cmjornal.xl.pt/
quinta-feira, 27 de março de 2014
A verdadeira história de Aristides Sousa Mendes
O embaixador Carlos Fernandes é um homem de elevada cultura e detentor de um currículo impressionante. Diplomata de carreira, foi também professor universitário e tem uma vasta obra publicada. Conheceu Aristides Sousa Mendes e, cansado de ler e ouvir tão abundantes como mirabolantes fantasias a seu respeito, decidiu escrever o livro «O Cônsul Aristides Sousa Mendes. A Verdade e a Mentira» para repor a verdade histórica, sem deixar de evidenciar a sua simpatia pessoal por Aristides. O jornal Diabo foi recebido em casa do embaixador e entrevistou-o.
O Diabo – O seu livro está a ter um grande sucesso?
Embaixador Carlos Fernandes – Sim, é notável. Mal saiu tive imensos telefonemas e pedidos de livrarias. A primeira edição esgotou rapidamente. A segunda edição estará disponível esta semana. Muita gente me tem contactado para saber onde pode adquiri-lo. Normalmente indico a Livraria Apolo 70, em Lisboa, mas já tive pedidos de outras livrarias. Isso significa que as pessoas têm interesse no tema... As pessoas andavam adormecidas. O português é assim, anda calado até que um dia explode. Ninguém quer ondas e deixa andar, até que há um dia em que as pessoas dizem que «a galinha é gorda demais».
O seu livro é principalmente uma contestação
ao livro de Rui Afonso?
Exactamente. É um livro de História, completamente imparcial (se alguém achar que não é, que me diga que eu corrijo), não é a favor de ninguém, nem contra ninguém. Também não me meto na vida privada do Aristides – acho que as pessoas não se devem meter na vida privada dos outros – até porque ele teve uma vida muito complicada.
Conheceu Aristides Sousa Mendes,
como era a sua relação com ele?
Nada me move contra o Aristides, pelo contrário. Conheci-o num período muito difícil da vida dele e depois ajudei dois dos seus filhos. Um, o Geraldo, a quem fiz a prova escrita de concurso para o Ministério, mas ele não era capaz. Nem ele nem o filho do secretário-geral, que estavam juntos. O Rui Afonso diz que o filho foi perseguido. O filho do secretário-geral também foi? Também ajudei outro filho, o Sebastião, em Nova Iorque.
como era a sua relação com ele?
Nada me move contra o Aristides, pelo contrário. Conheci-o num período muito difícil da vida dele e depois ajudei dois dos seus filhos. Um, o Geraldo, a quem fiz a prova escrita de concurso para o Ministério, mas ele não era capaz. Nem ele nem o filho do secretário-geral, que estavam juntos. O Rui Afonso diz que o filho foi perseguido. O filho do secretário-geral também foi? Também ajudei outro filho, o Sebastião, em Nova Iorque.
Há quem ponha Aristides Sousa Mendes
como uma questão de esquerdas e
direitas...
Quem vir a coisa assim vicia a solução à partida. Até porque ele era da extrema-direita. Era monárquico da extrema-direita e por isso foi para Vigo como cônsul político. Há uma carta dele, que eu publico em anexo no livro, em que ele se gaba de ter perseguido os políticos vencidos no 28 de Maio. É triste, essa carta... Nunca ninguém a publicou.
Quem vir a coisa assim vicia a solução à partida. Até porque ele era da extrema-direita. Era monárquico da extrema-direita e por isso foi para Vigo como cônsul político. Há uma carta dele, que eu publico em anexo no livro, em que ele se gaba de ter perseguido os políticos vencidos no 28 de Maio. É triste, essa carta... Nunca ninguém a publicou.
Como foi possível a construção do mito
de Aristides Sousa Mendes?
Eles pensavam, naturalmente, que ninguém apareceria a contar a verdade. Mas deviam saber que eu não poderia ficar calado.
de Aristides Sousa Mendes?
Eles pensavam, naturalmente, que ninguém apareceria a contar a verdade. Mas deviam saber que eu não poderia ficar calado.
terça-feira, 25 de março de 2014
XX Aniversário do Ano Internacional da Família
XX ANIVERSÁRIO
DO
ANO INTERNACIONAL DA
FAMÍLIA
CONFERÊNCIA COMEMORATIVA
EM BRUXELAS
15 de Maio de 2014
No Comité Económico e Social Europeu
Ratos
José Miguel Pinto dos Santos
Será que já não há ratos em Portugal? Ou será que estão tão gordos que já nem parecem ratos?
Os contactos entre portugueses e japoneses ao longo dos séculos apresentam dos aspectos mais coloridos nas histórias das duas nações.
É verdade que houve longos períodos em branco, de ignorância mútua. Mas também existiram períodos a verde, cheios de esperanças e expectativas. Viveram-se épocas douradas e cor-de-rosa, de comércio e cultura. Sofreram-se episódios tingidos a vermelho, de escaramuças armadas e martírios. E passaram-se ocorrências negras. Ou roxas, se o roxo for a cor da vergonha.
Em 1903, Murakami Naojiro (1868-1966) descobriu no Lyceu Passos Manuel, em Lisboa, uma Doctrina Christan. Este livro, raríssimo, tinha sido impresso em Amakusa em 1592. Culturalmente era um volume valiosíssimo: era a primeira tradução existente de uma obra numa língua europeia para o japonês, um dos primeiros livros escritos em japonês com letras latinas e também um dos primeiros a ser impresso, no Japão, com tipos móveis. Este volume tinha sido oferecido por Alessandro Valignano (1539-1606), um dos responsáveis pela missão jesuíta no Extremo Oriente, a D. Theotónio de Bragança (1530-1602), que por sua vez o tinha doado a um convento de cartuxos. Os bons frades zelaram pela sua integridade durante dois séculos. O eles não saberem japonês terá contribuído para o seu parco uso e boa conservação. A seguir à revolução liberal, no séc. XIX, o Estado expropriou-lhes tudo o que tinham e palmou-lhes o livro, que passou para o Lyceu Nacional, criado por decreto do ministro Passos Manuel (1801-1862) em 1836.
Alertado pela descoberta de Murakami, Jordão de Freitas (1866-1950) inspeccionou a obra uns tempos depois. Em 1910 o Lyceu foi transferido para as belas e imponentes instalações actuais, e inaugurado com muita pompa e circunstância a 9 de Janeiro de 1911. Não era caso para menos, atendendo a ser a primeira grande obra pública feita pelo novo regime. Quando, passados alguns meses, Freitas visita as novas instalações e pede para ver o livro, foi-lhe laconicamente dito por um funcionário cinzento: «Já não o temos, os ratos comeram-no».
Esta Doctrina Christan reapareceu em 1913, no catálogo de um livreiro madrileno. Foi vendida a um americano anónimo e, em 1915, é oferecida para venda no catálogo de Martinus Nijhoff, famoso livreiro na Haia. Em 1917 foi comprada pelo barão Iwasaki Hisaya (1865-1955), um magnata ligado ao grupo Mitsubishi, que o passou ao Toyo Bunko, uma biblioteca, por ele fundada, em Tóquio – onde ainda hoje se encontra, em bom estado de conservação.
Será que já não há ratos em Portugal? Ou será que estão tão gordos que já nem parecem ratos?
Será que já não há ratos em Portugal? Ou será que estão tão gordos que já nem parecem ratos?
Os contactos entre portugueses e japoneses ao longo dos séculos apresentam dos aspectos mais coloridos nas histórias das duas nações.
É verdade que houve longos períodos em branco, de ignorância mútua. Mas também existiram períodos a verde, cheios de esperanças e expectativas. Viveram-se épocas douradas e cor-de-rosa, de comércio e cultura. Sofreram-se episódios tingidos a vermelho, de escaramuças armadas e martírios. E passaram-se ocorrências negras. Ou roxas, se o roxo for a cor da vergonha.
Em 1903, Murakami Naojiro (1868-1966) descobriu no Lyceu Passos Manuel, em Lisboa, uma Doctrina Christan. Este livro, raríssimo, tinha sido impresso em Amakusa em 1592. Culturalmente era um volume valiosíssimo: era a primeira tradução existente de uma obra numa língua europeia para o japonês, um dos primeiros livros escritos em japonês com letras latinas e também um dos primeiros a ser impresso, no Japão, com tipos móveis. Este volume tinha sido oferecido por Alessandro Valignano (1539-1606), um dos responsáveis pela missão jesuíta no Extremo Oriente, a D. Theotónio de Bragança (1530-1602), que por sua vez o tinha doado a um convento de cartuxos. Os bons frades zelaram pela sua integridade durante dois séculos. O eles não saberem japonês terá contribuído para o seu parco uso e boa conservação. A seguir à revolução liberal, no séc. XIX, o Estado expropriou-lhes tudo o que tinham e palmou-lhes o livro, que passou para o Lyceu Nacional, criado por decreto do ministro Passos Manuel (1801-1862) em 1836.
Alertado pela descoberta de Murakami, Jordão de Freitas (1866-1950) inspeccionou a obra uns tempos depois. Em 1910 o Lyceu foi transferido para as belas e imponentes instalações actuais, e inaugurado com muita pompa e circunstância a 9 de Janeiro de 1911. Não era caso para menos, atendendo a ser a primeira grande obra pública feita pelo novo regime. Quando, passados alguns meses, Freitas visita as novas instalações e pede para ver o livro, foi-lhe laconicamente dito por um funcionário cinzento: «Já não o temos, os ratos comeram-no».
Esta Doctrina Christan reapareceu em 1913, no catálogo de um livreiro madrileno. Foi vendida a um americano anónimo e, em 1915, é oferecida para venda no catálogo de Martinus Nijhoff, famoso livreiro na Haia. Em 1917 foi comprada pelo barão Iwasaki Hisaya (1865-1955), um magnata ligado ao grupo Mitsubishi, que o passou ao Toyo Bunko, uma biblioteca, por ele fundada, em Tóquio – onde ainda hoje se encontra, em bom estado de conservação.
Será que já não há ratos em Portugal? Ou será que estão tão gordos que já nem parecem ratos?
segunda-feira, 24 de março de 2014
Aaron Hunt (Werder Bremen):
exemplo de moral no desporto
![]() |
Aaron Hunt (Werder Bremen – Alemanha) |
Os chicos espertos dirão que ele é parvo...
Ver em
https://www.youtube.com/watch?v=oN9YddQWHOo
sábado, 22 de março de 2014
A redução da despesa por Passos Coelho
![]() |
Catarina Flores Que graus de «parentesco» existirão entre esta fulana e a classe política? |
«Passos Coelho contratou uma empresa, em regime de outsourcing, para assegurar o atendimento telefónico na residência oficial do primeiro-ministro por 25,1 mil euros. Isto apesar de ter no seu gabinete dez secretárias pessoais, nove auxiliares, e 12 pessoas a prestar apoio técnico-administrativo em São Bento.
O contrato, assinado no dia 6 de Dezembro com a empresa We Promote – Outsourcing e Serviços, Lda. mas só publicado no dia 5 de Fevereiro no portal Base dos contratos públicos, inclui «designadamente as funções de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas».
O gabinete do primeiro-ministro fundamenta a necessidade deste ajuste directo com «a ausência de recursos próprios».
O prazo do contrato é de um ano mas pode ser renovado por idêntico período «mediante aviso prévio por parte do gabinete de Passos Coelho».
Este já é o terceiro contrato celebrado pelo gabinete do primeiro-ministro com a empresa. O primeiro foi assinado no dia 4 de Fevereiro de 2012 por 10,4 mil euros e tinha um prazo de nove meses. O segundo foi celebrado a 15 de Janeiro de 2013 mas já por um prazo de 11 meses e 15 dias e por 12,5 mil euros. A justificação para adjudicar directamente com esta empresa foi sempre a mesma: «ausência de recursos próprios».
O jornal «i» questionou o gabinete do primeiro-ministro sobre as razões que levaram a contratar esta empresa, tendo em conta que o próprio gabinete já tem um número considerável de secretárias/assistentes mas até à hora de fecho desta edição não obteve qualquer resposta.
O jornal «i» questionou ainda por que razão não recrutaram funcionários no grupo da mobilidade especial, evitando assim o recurso a uma empresa externa, mas também ficou sem resposta. Recorde-se que o governo lançou um programa de rescisões amigáveis destinado aos 213 mil trabalhadores com funções administrativas a auxiliares. Ao programa, que terminou a 30 de Novembro, recorreram cerca de 2600 funcionários.» (in jornal «i»)
O gabinete do primeiro-ministro contratou, no dia 5 de Fevereiro, em regime de outsourcing (empresa externa), um serviço de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas.
Para o efeito exportou o pagamento por ajuste directo à empresa We Promote, gerida por Catarina Flores, detida totalmente pela Sociedade Silvas e Primos, controlada pela Finanter Incorporation, uma sociedade anónima com sede no Luxemburgo.
APRENDA: é assim que se controlam as despesas publicas.
sexta-feira, 21 de março de 2014
Fernando Ribeiro e Castro
Faleceu Fernando Ribeiro e Castro,
fundador da Associação Portuguesa das Famílias Numerosas.
Foi uma perda para a causa da família e da Civilização.
Apresentamos as nossas condolências à sua família.
Cemitério das alternativas
Alexandre Homem Cristo
O objecto do manifesto é promover a fantasia de que a esquerda (com os ressentidos da direita) formulou uma alternativa política à austeridade
Que Portugal tem elites viciadas em despesa pública, já sabíamos. Agora descobrimos que também tem elites viciadas em manifestos. É compreensível porquê. Os manifestos são uma forma de fazer política com grandes atractividades – dão pouco trabalho a redigir, aparecem discutidos em todos os jornais, promovem a inclusão numa espécie de bando com uma causa e, mais importante que tudo, são inconsequentes. O vício não é de hoje. Manifestos, já os houve para todos os gostos. Uns por mais investimento público (leia-se mais endividamento), outros contra. Uns pelo crescimento económico, outros contra a austeridade alemã. E todos, apesar do maior ou menor impacto mediático, com o mesmo destino: o esquecimento.
O mais recente é o denominado «manifesto dos 70», em defesa da reestruturação da dívida pública. Escreve-se nos jornais que este manifesto é diferente. Que não é como os outros. Ou seja, que este é mesmo a sério. Mas será que é? Nem por isso.
Há que ir directo ao assunto: a reestruturação de parte da dívida faz algum sentido, tanto para mais que, nestes últimos dois anos, o próprio governo já conseguiu negociar uma reestruturação (aumentou a maturidade dos empréstimos, prolongou empréstimos em 7 anos e reduziu a taxa de juro). Mas, também por isso, a reestruturação da dívida não é, só por si, um projecto político. Não implica uma mudança de rumo. E não é uma alternativa à austeridade. Sugeri-lo, tal como acontece no manifesto, não é sério.
Os subscritores sabem-no. Se o governo pedisse agora uma reestruturação da dívida, os juros subiriam em flecha, forçando um novo resgate e mais austeridade. E mesmo que as entidades internacionais aceitassem essa reestruturação, teríamos de lhes dar algo em troca: mais medidas de austeridade. E, por isso, em termos políticos, o objecto do manifesto limita-se a promover a fantasia de que a esquerda (com os ressentidos da direita) formulou uma alternativa política à austeridade. É essa a ilusão que surge claramente no texto. Primeiro, afirmando que «sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade». Segundo, insistindo que «há alternativa».
Só que a esquerda está enganada: o que propõe não é alternativa. E não é a primeira vez que muitos destes subscritores nos prometem alternativas que não o são. Já houve manifestos, congressos e encontros. Tentou-se de tudo.
Era a aposta no investimento público, como ainda fez Sócrates (aumentando a dívida).
Era parar com a austeridade e apostar no crescimento (garantindo que eram incompatíveis).
Era a introdução dos eurobonds.
E era esperar que Hollande virasse o rumo da política europeia, com a sua «austeridade inteligente». Mas, sem surpresa, todos esses caminhos falharam. E face aos mais recentes dados do INE, também caiu por terra a tese socialista, de que foram os chumbos no Tribunal Constitucional a promover o crescimento da economia. O que resta?
Resta a reestruturação – uma proposta originalmente da esquerda radical, que defende uma reestruturação pela força do «não pagamos», agora limada desses excessos anti-europeus. Compreende-se o desespero. Mas não será a insistência no erro que produzirá um resultado certo. É que o problema desta alternativa é o mesmo das anteriores. E igual será também o seu destino.
O objecto do manifesto é promover a fantasia de que a esquerda (com os ressentidos da direita) formulou uma alternativa política à austeridade
Que Portugal tem elites viciadas em despesa pública, já sabíamos. Agora descobrimos que também tem elites viciadas em manifestos. É compreensível porquê. Os manifestos são uma forma de fazer política com grandes atractividades – dão pouco trabalho a redigir, aparecem discutidos em todos os jornais, promovem a inclusão numa espécie de bando com uma causa e, mais importante que tudo, são inconsequentes. O vício não é de hoje. Manifestos, já os houve para todos os gostos. Uns por mais investimento público (leia-se mais endividamento), outros contra. Uns pelo crescimento económico, outros contra a austeridade alemã. E todos, apesar do maior ou menor impacto mediático, com o mesmo destino: o esquecimento.
O mais recente é o denominado «manifesto dos 70», em defesa da reestruturação da dívida pública. Escreve-se nos jornais que este manifesto é diferente. Que não é como os outros. Ou seja, que este é mesmo a sério. Mas será que é? Nem por isso.
Há que ir directo ao assunto: a reestruturação de parte da dívida faz algum sentido, tanto para mais que, nestes últimos dois anos, o próprio governo já conseguiu negociar uma reestruturação (aumentou a maturidade dos empréstimos, prolongou empréstimos em 7 anos e reduziu a taxa de juro). Mas, também por isso, a reestruturação da dívida não é, só por si, um projecto político. Não implica uma mudança de rumo. E não é uma alternativa à austeridade. Sugeri-lo, tal como acontece no manifesto, não é sério.
Os subscritores sabem-no. Se o governo pedisse agora uma reestruturação da dívida, os juros subiriam em flecha, forçando um novo resgate e mais austeridade. E mesmo que as entidades internacionais aceitassem essa reestruturação, teríamos de lhes dar algo em troca: mais medidas de austeridade. E, por isso, em termos políticos, o objecto do manifesto limita-se a promover a fantasia de que a esquerda (com os ressentidos da direita) formulou uma alternativa política à austeridade. É essa a ilusão que surge claramente no texto. Primeiro, afirmando que «sem reestruturação da dívida, o Estado continuará enredado e tolhido na vã tentativa de resolver os problemas do défice orçamental e da dívida pública pela única via da austeridade». Segundo, insistindo que «há alternativa».
Só que a esquerda está enganada: o que propõe não é alternativa. E não é a primeira vez que muitos destes subscritores nos prometem alternativas que não o são. Já houve manifestos, congressos e encontros. Tentou-se de tudo.
Era a aposta no investimento público, como ainda fez Sócrates (aumentando a dívida).
Era parar com a austeridade e apostar no crescimento (garantindo que eram incompatíveis).
Era a introdução dos eurobonds.
E era esperar que Hollande virasse o rumo da política europeia, com a sua «austeridade inteligente». Mas, sem surpresa, todos esses caminhos falharam. E face aos mais recentes dados do INE, também caiu por terra a tese socialista, de que foram os chumbos no Tribunal Constitucional a promover o crescimento da economia. O que resta?
Resta a reestruturação – uma proposta originalmente da esquerda radical, que defende uma reestruturação pela força do «não pagamos», agora limada desses excessos anti-europeus. Compreende-se o desespero. Mas não será a insistência no erro que produzirá um resultado certo. É que o problema desta alternativa é o mesmo das anteriores. E igual será também o seu destino.
quinta-feira, 20 de março de 2014
Como poderia o Relvas
não estar no Conselho Nacional?
Vejam só...
(da net, investigação do jornal Público)
1. A Tecnoforma, uma empresa de que Pedro Passos Coelho foi consultor e administrador, ficou com a parte de leão, na região Centro, de um programa de formação profissional — financiado por fundos europeus (programa Foral) — destinado a funcionários das autarquias, o qual era tutelado pelo Dr. Relvas, então secretário de Estado da Administração Local do Governo Barroso/Portas.
Os números são, de facto, esmagadores: só em 2003, 82% do valor das candidaturas aprovadas a empresas privadas na região Centro, no quadro deste programa de formação profissional, coube à Tecnoforma. E entre 2002 e 2004, 63% do número de projectos aprovados a privados pelos responsáveis desse programa pertenciam à mesma empresa.
A história regista, entre outras, uma ideia de génio da Tecnoforma: a concepção de um programa de formação no valor de 1,2 milhões de euros para funcionários de aeródromos que estavam fechados, que eram pistas perdidas ou que tinham um ou mesmo nenhum funcionário.
Miguel Relvas era então o responsável político pelo programa, na qualidade de secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, Paulo Pereira Coelho era o seu gestor na região Centro, Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma, João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu director comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o facto de terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do PSD.
2. Hoje, soube-se algo mais sobre o desgraçado programa Foral, então tutelado pelo Dr. Relvas. Quando apenas uma circular teria sido suficiente para que autarquias locais ávidas de dinheiro pudessem ficar informadas dos objectivos do programa, descobre-se que houve uma campanha de comunicação, no valor de quase 450 mil euros, adjudicada em 2002 a uma empresa de publicidade detida exclusivamente por Agostinho Branquinho (a NTM), antigo deputado do PSD e actual secretário de Estado da Segurança Social. José Pedro Aguiar-Branco, agora ministro da Defesa, tornou-se presidente da assembleia geral pouco depois da adjudicação.
A história vem descrita no Público (e reproduzida aqui). Entre outras peripécias do concurso, sabe-se agora que:
• Entre as cinco concorrentes excluídas por insuficiência financeira se encontrava a subsidiária de um gigante internacional que ocupava o terceiro lugar na lista das 30 maiores empresas de publicidade do mercado português, a McCann Erickson Portugal (52 milhões de euros facturados em 2001) e a Caixa Alta, então em 16.º lugar no mesmo ranking da Associação Portuguesa de Agências de Publicidade e Comunicação (13,6 milhões nesse ano), com volume de vendas muito superior ao da NTM (3,7 milhões), que nem constava do mencionado ranking;
• Após a selecção prévia das propostas, restaram três concorrentes, sendo que a NTM foi a que apresentou o preço mais alto e era a que, na avaliação do júri, tinha a mais baixa capacidade técnica.
Segundo o Público apurou, este processo foi conduzido pelo então chefe de gabinete, Paulo Nunes Coelho, e por uma adjunta, Susana Viseu, do Dr. Relvas.
quarta-feira, 19 de março de 2014
Dinheiro de Bruxelas desviado
para 60 paraísos fiscais
O antigo dirigente da associação que gere as pequenas e
médias empresas no país está acusado, juntamente com mais dois suspeitos, de
ter desviado 8,7 milhões de euros em fundos
comunitários, sendo que deste valor, mais de um milhão
foi enviado para 60 offshore, um deles localizado nas Caraíbas, conta o Jornal de Notícias (JN, 11.3.2014).
São ao todo 8,7 milhões de euros de fundos comunitários designados à formação
que terão sido desviados, de acordo com o Ministério Público do Tribunal de
Braga e com a Inspecção de Finanças.
A informação é avançada pelo JN, que apurou junto de fonte ligada ao processo
que dos 11 milhões de euros dados por
Bruxelas, no âmbito do Fundo Social Europeu, não foi justificado o gasto destes
8,7 milhões.
O crime terá sido praticado pelo ex-presidente da Associação das Pequenas e
Médias Empresas (PME Portugal), Joaquim da
Rocha Cunha.
À semelhança do gestor, estão também acusados de fraude na obtenção de subsídio
e desvio de subsídio a mulher, Lurdes Mota
Campos e Paulo Lima Peixoto.
Ao que consta, mais de um milhão de euros foram mesmo enviados para 60 paraísos
fiscais em vários pontos do mundo, incluído nas Caraíbas.
Esta evolução no caso, que remonta a 2008, deve-se à Operação Furacão, na qual
se verificou que um banco americano era titular de uma das contas naqueles
offshore.
O advogado de Joaquim da Rocha Cunha, Marcelino Pires, confirmou ao JN que já
recebeu a informação, mas que ainda não chegaram quaisquer documentos.
A denúncia surgiu devido a uma queixa escrita apresentada por três
ex-funcionárias ao Ministério Público.
segunda-feira, 17 de março de 2014
Votação na AR sobre a adopção de crianças
por invertidos: quem são eles ou elas
e a lição a tirar
Heduíno Gomes
Não vamos propriamente repetir aquilo que temos dito e redito, e que outros
também têm dito e redito, com palavras mais meigas ou menos meigas, sobre a
anormalidade da adopção de crianças pelas anormalidades biológicas e mentais
que são os invertidos sexuais, anormalidades que atentam contra a Civilização,
a família e a saúde mental e integridade moral e física das crianças, sendo que
o nosso respeito e a nossa caridade pelos doentes não nos devem impedir de
travá-los quando eles agem contra terceiros, contra a sociedade e contra a
Civilização. Vamos apenas notar um aspecto político importante: ficámos mais
uma vez a saber quem são aqueles que, no parlamento, não são de confiança.
Não são de confiança porque são eleitos em nome dos Portugueses e, chegando a
S. Bento, traem os sentimentos dos que os elegeram. São os do partido dito
genuinamente português (olhem que genuinidade!!!) – o PSD –,
são os do dito partido democrata-cristão (olhem que
cristianismo!!!) – o CDS – e até são os «progressistas avançados» do
PS e do PCP (olhem que avanço!!!). Porque aqueles eleitores que
votam no BE já sabem ao que vão.
O maior escândalo vem, obviamente, daqueles deputados que são eleitos pelo PSD
e pelo CDS, adiante-se que não por qualquer mérito próprio mas apenas por serem
incorporados nas respectivas listas. Uns
votaram a favor do projecto decadente da central dos
invertidos, outros abstiveram-se,
outros votaram contra por disciplina de
voto do respectivo partido, outros
faltaram de propósito e cobardemente à votação. Praticante ou não da
referida anormalidade, nenhum deles é de confiança.
Nenhum deles presta.
Os membros normais destes partidos, que constituem a esmagadora maioria, devem
tomar rapidamente a medida apropriada, que é escorraçar das listas eleitorais
aqueles que não são de confiança. Nunca esquecendo que a principal
responsabilidade é daqueles que os colocam nas listas eleitorais (direcções
nacionais e distritais dos partidos).
OS QUE CLARAMENTE NÃO SÃO DE CONFIANÇA NO PSD
(sabendo-se que há outros...)
Votaram a favor do projecto decadente da central dos invertidos: Teresa Leal Coelho, Nuno Encarnação, Critóvão
Norte, Joana Barata Lopes, Maria Francisca Almeida, Ana Oliveira, Gabriel
Goucha, Pedro Pinto, Sérgio Azevedo, Odete Silva, Mónica Ferro, Luís Menezes,
Miguel Frasquilho, Ângela Guerra e Paula Cardoso.
Abstiveram-se: João Prata, Conceição Caldeira e Maria José Castelo
Branco.
OS QUE CLARAMENTE NÃO SÃO DE CONFIANÇA NO CDS
(sabendo-se que há outros...)
Votaram contra dizendo-se obrigados: Teresa Caeiro e Michael Seufert.
Faltaram: João Rebelo.
domingo, 16 de março de 2014
Carta a uma geração errada
José Gomes Ferreira
(A grafia foi transposta para português porque aqui não entra «aborto ortográfico».)
(A grafia foi transposta para português porque aqui não entra «aborto ortográfico».)
Caros João
Cravinho, Manuela Ferreira Leite, Bagão Félix,Ferro
Rodrigues, Sevinate Pinto, Vitor Martins e demais subscritores do manifesto pela reestruturação da
divida publica: Que tal deixarem para a geração seguinte a tarefa de resolver
os problemas gravíssimos que vocês lhes deixaram? É que as vossas propostas já
não resolvem, só agravam os problemas. Que tal darem lugar aos mais novos?
Vi, ouvi, li, e não queria acreditar. 70 das mais
importantes personalidades do País, parte substancial da nossa elite, veio
propor que se diga aos credores internacionais o seguinte:
– Desculpem lá qualquer coisinha mas nós não
conseguimos pagar tudo o que vos devemos, não conseguimos sequer cumprir as
condições que nós próprios assinámos, tanto em juros como em prazos de
amortizações!
Permitam-me uma pergunta
simples e directa: Vocês
pensaram bem no momento e nas
consequências da vossa proposta, feita a menos de dois meses do anúncio do modo
de saída do programa de assistência internacional?
Imaginaram que, se os investidores internacionais
levarem mesmo a sério a vossa proposta, poderão começar a duvidar da capacidade
e da vontade de Portugal em honrar os seus compromissos e poderão voltar a
exigir já nos próximos dias um prémio de risco muito mais elevado pela compra
de nova dívida e pela posse das obrigações que já detêm?
Conseguem perceber que, na hipótese absurda de o
Governo pedir agora uma reestruturação da nossa dívida, os juros no mercado
secundário iriam aumentar imediatamente e deitar a perder mais de três anos de
austeridade necessária e incontornável para recuperar a confiança dos
investidores, obrigando, isso sim, a um novo programa de resgate e ainda a mais
austeridade, precisamente aquilo que vocês dizem querer evitar?
Conseguem perceber que, mesmo na hipótese absurda
de os credores oficiais internacionais FMI, BCE e Comissão Europeia aceitarem a
proposta, só o fariam contra a aceitação de uma ainda mais dura
condicionalidade, ainda mais austeridade?
Conseguem perceber que os credores externos,
nomeadamente os alemães, iriam imediatamente responder – Porque é que não
começam por vocês próprios?
Os vossos bancos não
têm mais de 25 por cento da vossa dívida pública nos seus balanços, mais de 40
mil milhões de euros, e o vosso Fundo de Capitalização da Segurança Social não
tem mais de 8 mil milhões de euros de obrigações do Tesouro? Peçam-lhes um
perdão parcial de capital e de juros.
Conseguem perceber que, neste caso, os bancos
portugueses ficariam à beira da falência e a Segurança Social ficaria
descapitalizada?
Nenhum de vós, subscritores do
manifesto pela reestruturação da dívida pública, faria tal proposta se fosse
Ministro das Finanças. E sobretudo não a faria
neste delicadíssimo momento da vida financeira do país. Mesmo sendo uma
proposta feita por cidadãos livres e independentes, pela
sua projecção social poderá ter impacto externo e levar a uma
degradação da percepção dos investidores, pela qual vos devemos
responsabilizar desde já. Se isso acontecer, digo-vos que como cidadão contribuinte
vou exigir publicamente que reparem o dano causado ao Estado.
Conseguem perceber porque é que o partido que pode
ser Governo em breve, liderado por António José Seguro, reagiu dizendo apenas
que se deve garantir uma gestão responsável da dívida pública e nunca falando
de reestruturação?
Pergunto-vos também se não sabem
que uma reestruturação de dívida pública não se pede, nunca se anuncia
publicamente. Se é preciso fazer-se, faz-se. Discretamente, nos sóbrios
gabinetes da alta finança internacional.
Aliás, vocês não sabem que Portugal já fez e
continua a fazer uma reestruturação discreta da nossa dívida
pública? Vítor Gaspar como ministro das Finanças e Maria Luis
Albuquerque como Secretária de Estado do Tesouro negociaram com o BCE e a
Comissão Europeia uma baixa das taxas de juro do dinheiro da assistência, de cerca
de 5 por cento para 3,5 por cento. Negociaram a redistribuição das maturidades
de 52 mil milhões de euros dos respectivos créditos para o período
entre 2022 e 2035, quando os pagamentos estavam previstos para os anos
entre 2015 e 2022, esse sim um calendário que era insustentável.
Ao mesmo tempo, juntamente com o IGCP dirigido por
João Moreira Rato, negociaram com os credores privados Ofertas Públicas de
Troca que consistem basicamente em convencê-los a receber o dinheiro mais
tarde.
A isto chama-se um «light restructuring»,
uma reestruturação suave e discreta da nossa dívida, que continua a ser feita
mas nunca pode ser anunciada ao mundo como uma declaração de incapacidade de
pagarmos as nossas responsabilidades.
Sabem que em consequência destas iniciativas, e
sobretudo da correcção dos défices do Estado, dos cortes de despesa
pública, da correcção das contas externas do país que já
vai em quase 3 por cento do PIB, quase cinco mil milhões de euros de saldo
positivo, os credores internacionais voltaram a acreditar em nós. De tal forma
que os juros das obrigações do Tesouro a 10 anos no mercado secundário já estão
abaixo dos 4,5 por cento.
Para os mais distraídos, este é o valor médio dos
juros a pagar pela República desde que aderimos ao Euro em 1999. O valor
factual já está abaixo. Basta consultar a série longa das Estatísticas do Banco
de Portugal.
E sim, Eng. João
Cravinho, é bom lembrar-lhe que a 1 de Janeiro de 1999, a taxa das
obrigações a 10 anos estava nos 3,9 por cento mas quando o seu Governo saiu, em
Outubro desse ano, já estava nos 5,5 por cento, bem acima do valor actual.
É bom lembra-lhe que fazia parte de um Governo que
decidiu a candidatura ao Euro 2004 com 10 estádios novos, quando a UEFA exigia
só seis. E que decidiu lançar os ruinosos projectos de SCUT, sem
custos para o utilizador, afinal tão caros para os contribuintes. O resultado
aí está, a pesar na nossa dívida pública.
É bom lembrar aos subscritores do manifesto pela
reestruturação da dívida pública que muitos de vós participaram nos Conselhos
de Ministros que aumentaram objectivamente a dívida
pública directa e indirecta.
Foram corresponsáveis pela
passagem dos cheques da nossa desgraça actual.
Negócios de Estado ruinosos, negócios com privados que afinal eram da responsabilidade
do contribuinte. O resultado aí está, a
pesar directa e indirectamente nos nossos bolsos.
Sim, todos sabemos que quem pôs o acelerador da
dívida pública no máximo foi José
Sócrates, Teixeira dos Santos, Costa Pina, Mário Lino, Paulo Campos, Maria de
Lurdes Rodrigues com as suas escolas de luxo que foram uma festa
para a arquitectura e agora queimam as nossas finanças.
Mas em geral, todos foram responsáveis pela maneira
errada de fazer política, de fazer negócios sem mercado, de misturar política
com negócios, de garantir rendas para alguns em prejuízo de todos.
Sabem perfeitamente que em todas as crises de
finanças públicas a única saída foi o Estado parar de fazer nova dívida e
começar a pagar a que tinha sido acumulada. A única saída foi a austeridade.
Com o vosso manifesto, o que pretendem? Voltar a
fazer negócios de Estado como até aqui? Voltar a um modelo de gastos públicos
ruinosos com o dinheiro dos outros?
Porque é que em vez de dizerem que a dívida é
impagável, agravando ainda mais a vida financeira das gerações seguintes, não
ajudam a resolver os gravíssimos problemas que a economia e o Estado
enfrentam e que o Governo não tem coragem
nem vontade de resolver ao contrário do que diz aos portugueses?
Porque é que não contribuem para que se faça uma
reforma profunda do Estado, no qual se continuam a gastar recursos que não
temos para produzir bens e serviços inúteis, ou para muitos departamentos
públicos não produzirem nada e ainda por cima impedirem os empresários de
investir com burocracias economicamente criminosas?
Porque não canalizam as vossas
energias para ajudar a uma mudança profunda de uma economia que
protege sectores inteiros da verdadeira
concorrência prejudicando as famílias, as PME, as empresas exportadoras e
todos os que querem produzir para substituir importações em condições de
igualdade com outros empresários europeus?
Porque não combatem as
práticas de uma banca que cobra os spreads e as comissões mais caros da Europa?
Um sector eléctrico que recebe demais
para não produzir electricidade na produção clássica e para produzir
em regime especial altamente subsidiado à custa de todos nós?
Um sector das telecomunicações que, apesar de
parcialmente concorrencial, ainda cobra 20, 30 e até 40 por cento acima da
média europeia em certos pacotes de serviços?
Porque não ajudam a cortar a sério nas rendas das
PPP e da Energia? Nos autênticos passadouros de dinheiros públicos que são as
listas de subvenções do Estado e de isenções fiscais a tudo o que é Fundações e
Associações, algumas bem duvidosas?Acham que tudo está bem nestes
sectores?
Ou será que alguns de vós
beneficiam directa ou indirectamente com a velha maneira de fazer negócios em
Portugal e não querem mudar de atitude?
Estará a vossa iniciativa
relacionada com alguns cortes nas vossas generosas pensões?
Pois no meu caso eu já estou a pagar IRS a 45 por
cento, mais uma sobretaxa de 3,5 por cento, mais 11 por cento de Segurança
Social, o que eleva o meu contributo para 59,5 por cento nominais e não me
estou a queixar.
Sabem, a minha reforma já foi mais cortada que a
vossa. Quando comecei a trabalhar, tinha uma expectativa de receber a primeira
pensão no valor de mais de 90 por cento do último salário. Agora tenho uma
certeza: a minha primeira pensão vai ser de 55 por cento do último salário.
E não me estou a queixar, todos temos de
contribuir.
Caros subscritores do
Manifesto para a reestruturação da dívida pública, desculpem a franqueza: a
vossa geração está errada. Não agravem ainda mais os problemas que deixaram
para a geração seguinte. Façam um favor ao país – não criem mais problemas.
Deixem os mais novos trabalhar.
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