quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Crepúsculo islâmico sobre a Alemanha


Guy Millière, Gatestone, 23 de Outubro de 2017

Pelo facto de a Alemanha ter cometido genocídio, ficou impregnada de aversão e repúdio de si mesma e da sua própria identidade. A Alemanha voltou-se para a construção europeia a procurar definir-se de europeia para não chamar a si própria de alemã.
  • A gradual substituição da população não muçulmana pela muçulmana está em andamento. Quarenta por cento das crianças com menos de cinco anos nascidas na Alemanha, têm raízes estrangeiras.
  • O demógrafo Michael Paulwitz salientou, há um ano, a não ser que as tendências actuais sejam revertidas, os alemães serão minoria no seu próprio país, eventualmente num espaço de tempo de quinze a vinte anos.
    As previsões indicavam que as eleições legislativas na Alemanha levariam Angela Merkel à vitória. Os resultados foram bem diferentes do esperado. A «vitória» de Merkel mais parece um desastre: a Aliança Democrata Cristã (CDU/CSU) conquistou 33% dos votos — 9% a menos de que há quatro anos, o pior desempenho desde 1949. O Partido Social-Democrata (SPD), que governou o país sob a liderança de Merkel nos últimos quatro anos, perdeu mais de 5% dos votos descendo de 25,7% para 20% —  o pior resultado da sua história. Já o partido Alternativa para a Alemanha (AfD), partido conservador nacionalista criado em 2013 obteve 12,6%, entrará pela primeira vez no Parlamento. Die Linke, esquerda marxista, conquistou 9%. Como nem o SPD nem o Die Linke participarão no próximo governo e, como o AfD se opõe radicalmente às políticas de Merkel, ela terá somente dois parceiros para escolher: o libertário Partido Liberal Democrata (FDP) e Os Verdes: o posicionamento dos dois sobre a maioria dos temas, ao que tudo indica, é incompatível.

    Angela Merkel continuará a ser chanceler por falta de uma oposição viável, principalmente porque não havia outra opção convincente: há seis meses, dois terços da população alemã queria que outro tomasse o seu lugar. Apenas 8% queriam que permanecesse no cargo. Martin Schultz, ex-presidente do Parlamento Europeu, candidato do SPD, não apresentou nada de novo numa campanha medíocre.

    Caso Merkel consiga formar uma coligação, será uma precária e instável coligação de partidos que irá manter a Alemanha à beira da paralisia e tornar o país adoentado na Europa do Século XXI.

    Na realidade a Alemanha já é um país doente e Angela Merkel faz parte da doença.

    Em 1945 a Alemanha encontrava-se em ruínas. O país foi reconstruído, gradualmente tornando-se a locomotiva da economia europeia. Ao recuperar a força, não se afirmou politicamente, mantendo-se discreta, humilde, arrependida, silenciosamente envergonhada. Em virtude do seu papel na guerra, relutava em recriar um exército quando as potências da OTAN pediram que o fizesse. Preferindo adoptar um posicionamento reconciliador levando-a à «Ostpolitik»: política de reaproximação com os países do bloco soviético.

    Pelo facto do nacionalismo ter levado ao nacional-socialismo, a Alemanha rejeitava qualquer forma de nacionalismo. Pelo facto de a Alemanha ter cometido genocídio, ficou impregnada de aversão e repúdio de si mesma e da sua própria identidade.

    A Alemanha voltou-se para a construção europeia a procurar definir-se de europeia para não chamar a si própria de alemã.

    Esta abordagem durou até à queda do Muro de Berlim e a reunificação do país. A reunificação foi vista pela maioria dos alemães como fruto da humildade e discrição.

    Angela Merkel, que parecia personificar uma Alemanha reunificada e próspera, herdou esta abordagem ao tornar-se chanceler em 2005.

    Os problemas vieram à baila. A economia alemã continuava próspera, mas a pobreza estava a aumentar (em 2005, 17% dos alemães eram considerados oficialmente pobres, ganhando metade do rendimento médio nacional) e o número de trabalhadores pobres estava a multiplicar-se.

    taxa de natalidade era extremamente baixa. Começou a diminuir em 1967 e rapidamente baixou para 1,5 filhos por mulher. A população, como um todo, estava a envelhecer.

    A Alemanha começou a trazer migrantes turcos para compensar a falta de mão-de-obra. Em 2000 o número de migrantes atingiu a casa dos 3,5 milhões.

    A importação de mão-de-obra de migrantes muçulmanos trouxe consigo a lenta islamização do país. Nas principais cidades foram construídas mesquitas. Escolas corânicas foram abertas. O Islão foi incorporado ao currículo das escolas públicas.

    Merkel procurava sempre o consenso a trabalhar com os sociais-democrastas durante oito dos doze anos que ocupou o cargo de chefe de governo.

    Os alemães, ao que tudo indica, aceitavam este procedimento até que Merkel decidiu abrir as fronteiras da Alemanha para uma avalanche de refugiados e migrantes do Médio Oriente, em Agosto de 2015. Mais de 1.5 milhões de pessoas entraram no país, sem nenhum tipo de critério, na sua maioria jovens do sexo masculino com direito à reunificação familiar.

    As alegações segundo as quais os refugiados iriam assimilar-se sem grandes problemas começaram a refutar com a realidade. Os estupros multiplicaram-se. A violência agravou-se.

    Em 2016 quase metade dos crimes cometidos em Berlim foram perpetrados por novos migrantes. As redes jihadistas tomaram forma. Tiveram início os actos terroristas. O anti-semitismo muçulmano levou a ataques a sinagogas. Os custos do estado de bem estar social subiram exponencialmente.

    Merkel não se arrepende. Concluída a contagem nem sequer parou para pensar: salientou que se tivesse que abrir novamente as fronteiras do país, o faria. Procurou impor as suas decisões sobre imigração em cima de relutantes países europeus como Hungria, República Checa e Polónia. Merkel continua altercando.

    A vergonha ainda desvanecendo-se está presente em milhões de memórias alemãs. Há alguns anos uma sondagem revelou que quase 70% dos alemães ficaram irritados por continuarem a serem responsabilizados ainda hoje pelos crimes cometidos contra os judeus. Aproximadamente 25% dos entrevistados concordaram com a seguinte afirmação: «muitos judeus usam o Terceiro Reich da Alemanha para obter benefícios». Recentes pesquisas de opinião revelaram que entre 33% a 50% dos alemães vêem Israel como o equivalente político da Alemanha nazi. É comum o governo alemão fingir que está a dar lições de moralidade a Israel, mas jamais critica líderes terroristas como Mahmoud Abbas.

    A Alemanha continua no seu posicionamento de condescendência, defendendo e fortalecendo os laços económicos com regimes inescrupulosos como o Irão. O exército alemão está tão mal equipado que em vez de armas usa cabos de vassouras nos exercícios militares. Pesquisas de opinião mostram que a população alemã acredita que a principal ameaça à paz mundial não vem do Irão ou da Coreia do Norte, mas dos Estados Unidos. A Alemanha é hoje o país mais antiamericano do mundo ocidental. Stern a revista semanal mais famosa da Alemanha, recentemente colocou na capa do semanário uma imagem de Donald Trump a fazer a saudação nazi coberto pela bandeira americana.

    O desempenho da economia é baixo. A economia alemã baseia-se essencialmente na actividade industrial e não está adaptada para a era digital. O crescimento do PIB diminuiu, o desempenho inovador é tímido, a produtividade encontra-se estagnada. Desde 2008 o aumento da produtividade foi de apenas 0,5%. O programa para suspender o funcionamento de centrais nucleares em nome da «protecção ao clima» causou o aumento generalizado do preço da energia eléctrica, as famílias e as empresas suportam com o ônus financeiro de simular um dos custos de energia eléctrica mais elevados do primeiro mundo. Os imigrantes sem qualificação profissional do mundo muçulmano não têm condições de substituírem os profissionais alemães qualificados que se aposentam ou que morrem. O número de pobres continua a crescer. A capacidade de receber imigrantes chegou ao limite, as condições de vida em muitos abrigos são precárias: o chão não é limpo regularmente e fica sujo de sangue, urina, fezes durante dias, a invasão de baratas é frequente. O representante alemão da Imigração disse recentemente que apenas um terço a um quarto dos refugiados que vieram para a Alemanha tem condições de entrar no mercado de trabalho. Os demais irão depender das benesses do governo pelo resto das suas vidas.

    As doenças praticamente erradicadas, como a tuberculose, estão de volta. Não há mais vacinas porque os europeus pararam de fabricá-las.

    média de idade da população na Alemanha é de 46,8 anos. A gradual substituição da população não muçulmana pela muçulmana está em andamento. Quarenta por cento das crianças com menos de cinco anos nascidas na Alemanha têm raízes estrangeiras. Desde 2005 a população dos recém-chegados aumentou 24%, enquanto a população autóctone encolheu 5%.

    Demógrafos salientam a não ser que as tendências actuais sejam revertidas, os alemães serão minoria no seu próprio país, eventualmente num espaço de tempo de quinze a vinte anos.

    Nada no momento indica que esta tendência irá mudar.

    A maioria da imprensa alemã está a interpor-se com a correcção política. Jornais e revistas defendem o multiculturalismo e não abordam as mazelas mais urgentes do país: crescimento económico enfraquecido, envelhecimento populacional e islamização. Inúmeros jornalistas, professores e escritores sustentam que a cultura alemã não existe. Quando livros que criticam o Islão estão em vias de se tornarem best-sellers, os autores são imediatamente demonizados. Deutschland schafft sich ab («A Alemanha está-se abolindo») foi um enorme sucesso em 2010, mas o escritor, Thilo Sarrazin, foi imediatamente tratado como «racista» e marginalizado de todos os debates políticos. Rolf Peter Sieferle, ex-assessor de Angela Merkel, escreveu vários artigos descrevendo a autodestruição da Alemanha. «Uma sociedade que não sabe a diferença que há entre ela e as forças que a dissolvem moralmente gasta mais do que arrecada» salientou em 2015. Insultado e rejeitado por aqueles com quem costumava trabalhar, suicidou-se em Setembro de 2016. Uma colectânea das suas observações foi publicada após a sua morte: Finis Germaniae («O fim da Alemanha»).

    O partido político Alternativa para a Alemanha (AfD) promete agitar o «Bundestag». Os 12,6% dos votos conquistados, sem dúvida, lhe darão expressividade. Os seus líderes são tratados pelos media e por outros partidos políticos como se fossem a encarnação do diabo. O ministro das Relações Exteriores Sigmar Gabriel soou o alarme em relação à entrada de «nazistas de verdade» no parlamento. Um cacique do partido Die Linke, de extrema-esquerda perguntou: «será que não aprendemos as lições da guerra?». Os líderes judeus estão assustados: o Dr. Josef Schuster, presidente do Comité Central dos Judeus da Alemanha salientou que o partido AfD usa estratégias comumente usadas por aspirantes a «ditaduras fascistas».

    Contudo, o partido AfD não é nazista. Os seus militantes temem que a Alemanha e os alemães desapareçam sob o peso do Islão. Os nazistas eram anti-semitas, militaristas, socialistas, almejando a conquista. O AfD não é anti-semita, nem militarista, nem socialista e não quer conquistar outros países. Os líderes judeus da Alemanha estão assustados porque acreditam que se o AfD é hostil a uma minoria, no caso os muçulmanos, poderá também ser hostil a outras minorias. Provavelmente estão equivocados. Não há comparação entre muçulmanos e judeus. O AfD apoiou fortemente o direito de Israel de existir e o direito de Israel combater a ameaça islâmica posicionada contra o país.

    Militantes do AfD fizeram declarações polémicas sobre soldados alemães e sobre o Memorial do Holocausto de Berlim.

    Ao mesmo tempo, o AfD é actualmente o partido mais pró-Israel da Alemanha. É também o único partido que prevê de forma contundente o verdadeiro perigo da Alemanha tombar num crepúsculo islâmico.

    É possível que a Alemanha se recupere? Veremos. O que está em jogo, no entanto, é de longe muito mais do que a Alemanha.





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