Guy Millière, Gatestone, 25 de Setembro de 2017
.
Original em inglês: The Islamic Future
of Europe
Tradução: Joseph Skilnik
. Líderes europeus aceitaram a transformação de partes dos seus países em territórios inimigos. Vêem que um desastre demográfico está em andamento. Sabem que em duas ou três décadas a Europa será governada pelo Islão.
O
ataque terrorista ocorrido em Barcelona provocou a mesma reacção suscitada em todos os ataques terroristas de
larga escala perpetrados na Europa: lágrimas, orações, flores, velas, ursinhos de peluche e declarações públicas de que «o Islão significa
paz». Quando grupos de pessoas se aglomeraram para exigir medidas mais duras
contra a crescente influência do islamismo nos quatro cantos do continente
europeu, foram abordados por uma manifestação «antifascista». Muçulmanos organizaram uma demonstração para defender o Islão, afirmavam que os muçulmanos que vivem em Espanha são
as «maiores vítimas» do terrorismo. O presidente da Federação Espanhola das
Sociedades Religiosas Islâmicas, Mounir Benjelloun El Andaloussi, falava numa «conspiração contra o Islão» salientando que os terroristas eram «instrumentos»
do ódio islamofóbico. A prefeita de Barcelona, Ada Colau, chorou na frente das câmeras indicando que a sua cidade continuará a ser uma «cidade
aberta» para todos os imigrantes. O governador da Catalunha, Carles Puigdemont usou praticamente as mesmas palavras. O
primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, conservador, foi o único que ousou identificar, sem rodeios, o terrorismo
jihadista. Quase todos os jornalistas europeus disseram que as palavras de
Rajoy foram demasiadamente ríspidas.
Os
jornais europeus de maior circulação que abordaram o abominável ataque
terrorista, mais uma vez procuraram explicações para o que eles continuam a chamar
de «inexplicável». O principal diário espanhol, El País, destacou num editorial que a «radicalização» é o amargo fruto da «exclusão» de determinadas «comunidades»,
acrescentando que a resposta deveria ser mais «justiça social». Em França
o Le Monde deu a entender que os terroristas querem «incitar o ódio» enfatizando que os europeus
devem evitar o «preconceito». No Reino Unido, o The Telegraph explicou que «os assassinos atacam o Ocidente porque o Ocidente é o Ocidente, não
por causa do que ele faz» – mas referiu-se a «assassinos», não «terroristas» ou
«islamistas».
Especialistas em
antiterrorismo entrevistados pelas redes de TV realçaram que os ataques,
perpetrados em todo o continente europeu a uma velocidade cada vez maior, tornar-se-ão
ainda mais letais. Observaram que o plano original dos jihadistas de Barcelona
era o de destruir a Catedral da Sagrada Família e matar milhares de pessoas. Os especialistas papagaiaram que os europeus terão mesmo que aprender a
conviver com a ameaça da proliferação de massacres. Não apresentaram soluções.
Inúmeros deles, mais uma vez, destacaram que os terroristas não são muçulmanos verdadeiros
– e que os ataques «não têm nada a ver com o Islão».
Diversos líderes de
países da Europa Ocidental tratam o terrorismo islâmico como algo que faz parte
da vida quotidiana, que os europeus se devem acostumar – como algum tipo de aberração
não relacionada ao Islão. Eles amiúde evitam falar de «terrorismo». Após o
ataque em Barcelona, a chanceler alemã Angela Merkel emitiu uma breve manifestação de repúdio em
relação a um evento «revoltante». Manifestou «solidariedade» ao povo espanhol e
seguiu em frente. O presidente francês Emmanuel Macron tuitou uma mensagem de condolências manifestando-se sobre um «trágico
atentado».
Por
toda a Europa, manifestações de ódio são conscientemente marginalizadas.
Conclamações para mobilização ou qualquer mudança séria na política de
imigração vem unicamente da classe política descrita com escárnio como
«populista».
Até a
mais singela das críticas ao Islão suscita imediatamente indignação quase
unânime. Na Europa Ocidental, os livros sobre o Islão que estão amplamente
disponíveis foram escritos por autores próximos à Irmandade Muçulmana, como
Tariq Ramadan. Livros «politicamente incorretos» também existem, mas são
vendidos às escondidas, como se fossem contrabando. Livrarias islâmicas vendem adendas incitando a violência sem sequer escondendo o
que estão a fazer. Dezenas de imãs, como Abdelbaki Es Satty, suposto arquitecto do ataque em Barcelona, continua
pregando com impunidade. Quando são presos, são rapidamente libertados.
A
submissão reina. O discurso em qualquer lugar, é que, apesar das crescentes
ameaças, os europeus devem viver as suas vidas o mais rotineiramente possível.
Mas os europeus vêem que as ameaças existem. Vêem que a vida não é nem um pouco
normal. Vêem policiais e soldados nas ruas, proliferação de batidas policiais,
controles rigorosos na entrada de teatros e lojas. Vêem a insegurança por todo
o lado. A informação é para que ignorem a origem das ameaças, mas sabem qual é
a origem. Afirmam que não têm medo. Milhares em Barcelona gritaram, «No
tinc por» («não temos medo»). A verdade nua e crua é que estão
morrendo de medo.
Inquéritos mostram que
os europeus estão pessimistas e acreditam que o futuro será sombrio. As
pesquisas de opinião também mostram que os europeus não confiam mais naqueles
que os governam, mas estão com a sensação de que não têm escolha.
A reviravolta
nas suas vidas ocorreu em pouquíssimo tempo, menos de meio século. Antes disso,
na Europa Ocidental, um número não muito grande de muçulmanos, alguns milhares,
encontravam-se no continente europeu – na sua maioria trabalhadores imigrantes
de antigas colónias europeias. Eles deveriam ficar temporariamente na Europa, de modo que não foram estimulados a
integrarem-se.
Foram-se multiplicando
chegando a centenas de milhares, depois milhões. A sua presença tornou-se
permanente. Muitos tornaram-se cidadãos. Pedir-lhes para se integrarem tornou-se
inimaginável: a maioria deles parece considerar-se muçulmana em primeiro lugar.
Os
líderes europeus desistiram de defender a sua própria civilização. Passaram a
dizer que todas as culturas deveriam ser vistas da mesma maneira. Ao que tudo
indica atiraram a toalha ao chão.
Os
currículos escolares foram alterados. As crianças foram ensinadas que a Europa e o Ocidente tinham saqueado o
mundo muçulmano – não que os muçulmanos tivessem, na realidade, invadido e
conquistado o Império Bizantino Cristão, Norte de África e Médio Oriente, a
maior parte da Europa Oriental, Grécia, Norte de Chipre e Espanha. As crianças
foram ensinadas que a civilização islâmica era magnífica e próspera antes que a
colonização pressupostamente viesse para devastá-la.
Os estados de bem-estar
social, estabelecidos no período pós-guerra, começaram a criar uma grande
subclasse de pessoas permanentemente presas na dependência, justamente quando o
número de muçulmanos na Europa tinha duplicado.
Os bairros de habitação
social de repente viraram bairros muçulmanos. O aumento do desemprego – afectando
principalmente trabalhadores menos qualificados – transformou os bairros
muçulmanos em bairros de desemprego em massa.
Organizadores comunitários vieram
dizer aos muçulmanos desempregados que depois de saquearem os seus países de
origem, os europeus usaram os trabalhadores muçulmanos para reconstruir a
Europa e agora os estavam a tratar como utensílios inúteis.
O
crime criou raízes. Bairros muçulmanos tornaram-se bairros de alta criminalidade.
Começaram
a chegar os pregadores muçulmanos extremistas, reforçando o ódio à Europa. Disseram
que os muçulmanos se devem lembrar quem eles são, que o Islão deve vingar-se. Explicaram aos jovens criminosos muçulmanos presos que a violência poderia ser usada por uma causa
nobre: a jihad.
A
polícia foi instruída a não intervir para não agravar a tensão. As regiões com
elevada taxa de criminalidade tornaram-se zonas proibidas, solo
fértil para o recrutamento de terroristas islâmicos.
Líderes europeus
aceitaram a transformação de partes dos seus países em territórios inimigos.
Começaram
os distúrbios, os líderes fizeram ainda mais concessões. Aprovaram novas
leis restringindo a liberdade de expressão.
Quando o terrorismo
islâmico atingiu a Europa pela primeira vez, os governantes não sabiam o que
fazer. Continuam não sabendo. São prisioneiros de uma situação que criaram e
que não têm condições de controlar. Ao que tudo indica sentem-se impotentes.
Necessitam
como incriminar o Islão: isto é ilegal conforme as leis que aprovaram. Na
maioria dos países europeus, o simples facto de questionar o Islão é censurado
de «islamofobia». Isto acarreta em multas pesadas, para
não dizer processos ou prisão (como aconteceu com Lars Hedegaard, Elisabeth Sabaditsch-Wolff, Geert Wilders e George Bensoussan). Necessitam
como restabelecer a lei e a ordem nas zonas proibidas: isto exigiria a
intervenção do exército e a imposição da lei marcial. Não podem adoptar as
soluções propostas pelos partidos que eles próprios colocaram na oposição à
margem da vida política europeia.
Eles
não podem sequer fechar as fronteiras, abolidas que foram em 1995 conforme
o Acordo de Schengen. O restabelecimento dos controles de fronteira seria
dispendioso e levaria tempo.
Parece
que os líderes da Europa não têm nem a vontade nem os meios para se oporem
ao influxo das ondas de milhões de
migrantes muçulmanos de África e do Médio Oriente. Sabem que há terroristas escondendo-se no meio dos migrantes, mas apesar disso não os confrontam. Em vez disso, recorrem a
subterfúgios e mentiras. Criam programas de «desradicalização» que não funcionam: os «radicais», ao que parece, não
querem ser «desradicalizados».
Os
líderes europeus tentam definir a «radicalização» como sintoma de «doença
mental», pensam em contratar psiquiatras para
resolver o caos. Na sequência falam em criar um «Islão europeu»,
totalmente diferente do Islão existente em qualquer outro lugar da Terra. Assumem
posturas arrogantes para criar a ilusão de superioridade moral, assim como Ada
Colau e Carles Puigdemont fizeram em Barcelona: dizem que têm princípios
elevados, que Barcelona permanecerá «aberta» aos imigrantes. Angela Merkel recusa-se a
encarar as consequências da sua política de importar imensos contingentes de
migrantes. Critica veementemente países da Europa Central que se recusam a adoptar a mesma conduta.
Os
líderes europeus podem ver que um desastre demográfico está em andamento. Sabem que em duas ou três décadas a Europa será governada pelo Islão. Tentam anestesiar as populações não muçulmanas com sonhos de um futuro
idílico que jamais existirá. Dizem que a Europa terá que aprender a conviver
com o terrorismo, que não há nada que se possa fazer em relação a isso.
No entanto há muito que
se possa fazer, eles simplesmente não querem fazer – isso poderá custar-lhes os
votos dos muçulmanos.
Winston Churchill a Neville Chamberlain: «você teve a
oportunidade de escolher entre a guerra e a desonra. Você escolheu a desonra,
você terá guerra». A verdade hoje é a mesma.
Há dez
anos, ao descrever o que ele chamou de «os últimos dias da Europa», o historiador Walter Laqueur salientou que a civilização europeia estava a morrer e que
apenas antigos monumentos e museus sobreviveriam. O seu diagnóstico era muito optimista.
Monumentos antigos e museus serão dinamitados. Não precisa ir longe, basta
contemplar o que os partidários encapuzados de preto da «Antifa» - um movimento
«antifascista» totalmente fascista – estão a fazer com as estátuas nos Estados Unidos.
A
Catedral da Sagrada Família de Barcelona foi poupada somente graças ao terrorista trapalhão que não sabia como lidar com explosivos. Outros
lugares poderão não ter a mesma sorte.
É praticamente certo que
a morte da Europa será violenta e sofrida: parece que ninguém está disposto a
detê-la. Os eleitores ainda podem fazer alguma coisa, mas terão que fazê-lo
agora, depressa, antes que seja tarde demais.
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