Já existem hóstias próprias para serem consumidas por pessoas intolerantes ao glúten. |
UMA CARTA ENVIADA
AOS BISPOS CATÓLICOS
ESTÁ A GERAR
POLÉMICA NAS REDES SOCIAIS
SEM QUALQUER FUNDAMENTO
O «GATO
FEDORENTO» RICARDO ARAÚJO PEREIRA
TAMBÉM ESCOLHEU O
TEMA PARA GRACEJAR.
MAS NADA MUDOU.
AS PESSOAS COM
INTOLERÂNCIA TÊM ALTERNATIVAS.
O Vaticano enviou uma
carta aos bispos católicos do mundo para clarificar que elementos é que podem
ou não ser usados no pão e no vinho consagrados durante a missa.
Entre outras
coisas, a carta explica que não é permitido fabricar hóstias sem glúten, o que
motivou uma série de artigos e de críticas nas redes sociais a indicar que o
Vaticano tinha proibido as hóstias sem glúten, com prejuízo para católicos que
sofram de intolerância a esta proteína, como os celíacos.
Contudo, a verdade é que nada mudou a este
respeito. Há anos que a Igreja proíbe a utilização de farinha sem glúten para
fabricar hóstias e há anos que existem hóstias especiais que são chamadas «sem
glúten».
Há dois locais no
mundo que têm licença especial do Vaticano para fabricar estas hóstias. Uma é
em Portugal, no Minho, o Instituto Monsenhor Airosa.
«As que fazemos têm menos de dez partes por
milhão. O glúten está numa quantidade tão diminuta que não prejudica a saúde
dos celíacos, por um lado, por outro não retira integralmente as componentes do
trigo»,explicava, já em Novembro de 2015, o director do instituto, Luís Gonzaga Dinis.
As paróquias onde
existem casos de pessoas com doença celíaca podem usar estas hóstias sem
qualquer problema, ou para toda a comunidade ou apenas para quem sofre desta
condição.
A matéria usada para
fabricar o pão e o vinho usados na Eucaristia são alvo de debate há séculos e a
Igreja tem mantido que é necessário que o pão usado seja de trigo e que o vinho
seja feito a partir de sumo de uva, sem quaisquer misturas.
Há também casos de
sacerdotes que não podem ou não devem consumir álcool, a quem é permitido
celebrar a Missa com uma solução que se chama mosto, que é sumo de uva
fermentado apenas até ao ponto de se poder considerar vinho mas que tem uma
quantidade de álcool de tal forma diminuta que não é intoxicante.
Historicamente ficou
famosa uma discussão teológica sobre os «ritos chineses», envolvendo os
missionários jesuítas na China, onde era muito difícil obter farinha de trigo e
vinho de uva. Alguns missionários começaram a celebrar a Eucaristia com pão e
vinho de arroz, mas Roma acabou por proibir a prática e essa tem sido a posição
consistente desde então.
Podendo haver paróquias
que não conhecem as regras e as excepções permitidas, e por isso procurando
solucionar as situações recorrendo a soluções que não são permitidas, o
Vaticano agora apenas recorda as regras já existentes.
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