Pe. Vasco Pinto de Magalhães,
22 de Novembro de 2015
Deputados da Assembleia
da República atacam vidas, vidas inocentes, o bom-senso e a
justiça em nome de direitos que não existem.
Na sexta-feira passada, de rajada, foram aprovadas
três leis contra a vida: a facilitação
do aborto sem taxas moderadoras,a adopção de crianças por homossexuais e as barrigas de aluguer. Com a promessa de
continuar o ataque.
O facto é grave por si mesmo, e é oportunista pelo
aproveitamento do momento de indefinição política existente.
É grave. Mas toda gente sabe que, muitas vezes,
«legal» não quer dizer «bom», nem «verdadeiro», nem «justo», mas apenas que há
força para levar por diante determinada imposição. Legal não é igual a
legítimo. E também toda a gente sabe que uma maioria, só por ser maioria, não
tem razão: tem força, e, por vezes, força bruta.
Será que os deputados estão ao serviço do povo e do
seu maior bem? Ou ao serviço de uma ideologia qualquer a impor ao povo? Será
que ignoram, a ILC (Iniciativa Legislativa de Cidadãos) pelo Direito de Nascer,
que foi aprovada em Setembro passado, apoiada por 50 mil subscritores? Ou acham
que podem passar por cima dela, arrasando-a?
Este ataque é à vida e à ética da vida. O que se
legalizou, agora, é contra a vida e contra a justiça. O abortar, que não trata
nenhuma doença (!) (alguém duvida que elimina uma vida autónoma e pessoal?),
passa à frente do tratamento dos doentes porque ultrapassa os outros devido aos
prazos e passa a ser estimulado: executa-se sem consentimento informado e
aparece como um «serviço» gratuito, que os outros (nós!) hão-de pagar.
Terrorismo contra a mãe (que não é ajudada a responsabilizar-se), contra a
criança, contra a natalidade e contra a consciência e missão dos médicos
(encorajando-os a um acto não médico).
A barriga de aluguer é também contra a vida e a
dignidade da mulher, ao fazer dela, sob a capa de alguém que presta «um
serviço», uma incubadora impessoal. É uma instrumentalização, uma
«coisificação», da pessoa humana, que corta violentamente a relação íntima
gerada ao longo dos meses de gestação. É, no fundo, prostituição (mesmo que se
diga que não é paga). E bem sabemos que há países que até apresentam catálogos
de escolha de certos traços pretendidos e os respectivos preços.
A adopção por pares de homossexuais é também uma
violência desnecessária imposta à criança. Primeiro porque ninguém, seja homo
ou heterossexual, tem direito a possuir um filho (e ainda menos um adoptado),
as crianças é que precisam de um enquadramento familiar saudável. Além do mais,
em Portugal, para cada criança em condições de ser adoptada há três casais
normais disponíveis para o fazer. Não há, pois, razão nenhuma para forçar uma
criança a uma realidade, à partida transtornada e antropologicamente incompleta.
Se estas leis não são violência destruidora de
vida, sem razão mínima que não seja a cegueira, o desejo ressentido de poder, e
a ideia adolescente de liberdade (pois delas não virá qualquer bem ao mundo e à
sua humanização), não sei como as possam justificar. Na realidade,
apresentam-se como actos de terrorismo, e são-no!
Só poderei dar a isto o benefício da dúvida vendo
na sua origem a falta de pensamento crítico, o engano de uma consciência
(pseudo-ética) formada nos «direitos» do subjectivismo consumista e a cultura
de uma ideologia sem esperança e imediatista, cujo valor maior é «o que me dá
jeito (poder e dinheiro), agora».
Há um critério ético, simples e directo para saber
o que é imoral, onde está a imoralidade ou não: é imoral o que ataca a vida, ou
seja o que não tem futuro; o que degrada ou destrói as relações humanas e a
esperança.
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