quinta-feira, 22 de outubro de 2015


Médica romena põe os «pontos nos is»

no Sínodo sobre a Família



D.ra Anca-Maria Cernea


Santidade, Padres Sinodais, Irmãos e Irmãs,

Eu represento a Associação de Médicos Católicos de Bucareste. Sou da Igreja Greco-Católica Romena.

O meu pai era um líder político cristão, que esteve preso pelos comunistas durante 17 anos. Os meus pais estavam noivos, mas o seu casamento ocorreu apenas 17 anos depois.

A minha mãe esperou todos esses anos pelo meu pai, embora ela nem sequer soubesse se ele ainda estaria vivo. Ambos foram heroicamente fiéis a Deus e ao seu compromisso.

O seu exemplo mostra que a graça de Deus pode ultrapassar circunstâncias sociais terríveis e pobreza material.

Nós, enquanto médicos católicos, defendendo a vida e a família, podemos ver que isto é, primeiro que tudo, uma batalha espiritual. A pobreza material e o consumismo não são a primeira causa da crise da família. A primeira causa da revolução sexual e cultural é ideológica.

Nossa Senhora de Fátima disse que os erros da Rússia se espalhariam pelo mundo todo. Isso foi feito primeiramente debaixo de uma forma violenta, o marxismo clássico, matando dezenas de milhões. Agora, é feito primariamente por via do marxismo cultural. Há continuidade entre a revolução sexual de Lenin, Gramsci [N.T.: comunista italiano] e a Escola de Frankfurt, até aos actuais direitos «gay» e à ideologia de género.

O marxismo clássico pretendia redesenhar a sociedade, mediante a apropriação violenta da propriedade. Agora, a revolução vai mais fundo: pretende redefinir a família, a identidade sexual e a natureza humana.

Esta ideologia auto-proclama-se progressista. Mas não há nada mais do que a antiga oferta da serpente para que o homem tomasse controlo, substituísse Deus e planeasse a sua salvação aqui neste mundo.

É um erro de natureza religiosa, é agnosticismo. É tarefa dos pastores reconhecê-lo, e alertar o rebanho acerca deste perigo.

«Procurai portanto primeiro o Reino dos Céus, e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas.»

A missão da Igreja é salvar almas. O mal, neste mundo, vem do pecado. Não da disparidade de rendimentos ou das «alterações climáticas».

A solução é: Evangelização. Conversão. Não um crescente controlo governamental. Não um governo mundial. Estes são hoje em dia os principais agentes a impor o marxismo cultural às nossas nações, sob a forma do controlo populacional, da saúde reprodutiva, dos direitos dos homossexuais, educação de género, etc.

O que o mundo precisa hoje em dia não é de limitações à liberdade, mas da liberdade real, liberdade do pecado. Salvação.

A nossa Igreja foi suprimida durante a ocupação soviética. Mas nenhum dos nossos 12 bispos traiu a sua comunhão com o Santo Padre. A nossa Igreja sobreviveu graças à determinação dos nossos bispos e ao seu exemplo resistindo a prisões e terror. Os nossos bispos pediram à comunidade para que não seguissem o mundo. Para não cooperarem com os comunistas.

Agora precisamos que Roma diga ao mundo: «Arrependei-vos e virai-vos para Deus pois o Reino dos Céus está perto».

Não apenas nós, Católicos leigos, mas muitos Cristãos Ortodoxos rezam ansiosamente por este Sínodo. Porque, como eles afirmam, se a Igreja Católica cede ao espírito deste mundo, será muito difícil que os outros cristãos resistam.





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