quarta-feira, 10 de setembro de 2014


Baldes genocídas


Nuno Serras Pereira

Não saberei dizer por que carga d’água andam, ao que consta, milhões de pessoas, num frenesim confrangedor, despejando águas glaciais em si próprias, que exibem vaidosamente na Inter-rede e em outros meios exibicionistas de massa.

Alguns, suspeito, arguir-me-ão de idiota, o que sou levado a concordar, ou, pior ainda, de coração empedernido, alheio à solidariedade, à compaixão, carente de um mínimo de misericórdia. Como se eu não soubera ou fosse indiferente a que tudo se destina à investigação médico-científica, no intuito de encontrar tratamento e cura para um enfermidade tremenda, a saber, a Esclerose Lateral Amiotrófica[1].

A verdade, porém, é que sei muito bem a finalidade do dinheiro arrecadado e não sou, graças a Deus, insensível às vítimas dessa terrível doença, que gostaria e espero que seja erradicada.

O problema é que essa tal «investigação científica» não passa de um disfarce para interesses inconfessáveis que nada têm a ver com esse flagelo. De facto, a tal «investigação» não passa de experimentações letais, homicidas, feitas em pessoas humanas no início das suas vidas, destinadas a sucumbir como cobaias animais. Acresce que até hoje nunca as células estaminais arrebatadas a centenas de milhares de pessoas embrionárias, assim liquidadas, conseguiram algum resultado proveitoso para a medicina, para ajudar a saúde. Pelo contrário, as consequências têm sido catastróficas. Pelo contrário, as células estaminais adultas ou as células estaminais pluripotentes induzidas (iniciais em inglês: iPSCs), que não envolvem nenhum ataque à vida nem à integridade de qualquer ser humano, sendo por isso, ao contrario das outras, eticamente aceitáveis e mesmo recomendáveis, constituem um caminho que já deu provas em tantas ocasiões e se apresenta como promissor no que a esta enfermidade diz respeito.

Como é que é possível então que não haja ninguém com ascendência e responsabilidade que denuncie esta barbaridade, que faz cruelmente, com aparências hipócritas de civilidade e solidariedade, muitíssimo mais vítimas que o auto-intitulado califado islâmico? Em Roma, sabe-se isto muito bem e, no entanto, o silêncio impera. Medem-se então as pessoas aos palmos?! A Igreja que tanto prega a Misericórdia não tem uma palavra, um gesto, uma atitude que ajude a pôr cobro a esta infâmia ignóbil. Será que há pessoas humanas que são mais ou menos que as outras conforme os aplausos e as conivências daquele mundo subjugado pelo diabo? Não têm direito aquelas pessoas, até sacerdotes!, que arrastam as suas ovelhas, de boa-fé, a cumpliciarem-se com os tiranos sanguinários, de escutarem uma palavra de esclarecimento e de denúncia que ponha cobro a esta abominação?

Peço instantemente a Deus, que não permita que eu venha a ganhar o cheiro das ovelhas e que me conceda a Graça de me perfumar com o Seu cheiro para que o comunique a todas aquelas com que tenha contacto, e desse modo espalharmos a Sua fragrância de Santidade que dê remédio ao fedor fétido e nauseabundo que impregna os dias de hoje. À honra de Cristo, do Seu Sagrado Coração e do Coração Imaculado de Maria. Ámen.


[1] Devo dizer que estou de tal modo habituado a que me zurzam violentíssimas bastonadas por tudo aquilo que digo ou escrevo que, numa primeira fase, se foi formando em mim uma carapaça de tal modo sólida e consistente que me insensibilizou a qualquer golpe; mas que, de um modo inesperado, desapareceu deixando-me vulnerável, padecendo tudo com enorme gozo e verdadeira letícia (alegria).






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