O Papa Francisco disse hoje (14 de Maio), na sua habitual homilia da Missa que preside na Casa de Santa Marta no Vaticano, que Satanás é um mau pagador e engana-nos sempre; e perante essa realidade temos que rezar pedindo ao Espírito Santo um coração capaz de amar como Jesus, porque o que ama nunca está sozinho e não «perde» a sua vida mas sim a encontra.
Na Eucaristia concelebrada
pelo Arcebispo de Medellín (Colômbia), Dom Ricardo Antonio Tobón Restrepo, e na
qual participaram alguns empregados dos Museus Vaticanos, assim como alguns
alunos do Pontifício Colégio Português, o Santo Padre disse que se de verdade
queremos seguir Jesus, devemos «viver
a vida como um dom» para
doá-la aos outros, «não
como um tesouro que devemos conservar».
O Santo Padre refletiu
sobre a oposição entre o caminho do amor e o do egoísmo. Evocando a palavra
forte que Jesus nos diz: «Ninguém
tem amor maior que este: dar a sua
vida.», o Pontífice destacou que
a liturgia de hoje mostra também a Judas, que tinha precisamente a atitude
contrária: «e isso porque Judas nunca
compreendeu o que é um dom».
«Pensemos
naquele momento, quando Madalena lava os pés de Jesus com um perfume, tão
caro: é um momento religioso, um momento de gratidão, um momento de amor. E ele
(Judas) afasta-se e critica amargamente: «Mas … isso
poderia ser usado para os pobres!». Esta
é a primeira referência que eu encontrei no Evangelho da pobreza como
ideologia. O ideólogo não sabe o que é o amor, porque não sabe doar-se».
Judas estava «isolado
na sua
solidão», e esta atitude
de egoísmo foi crescendo «até
trair Jesus.», acrescentou o Papa
Francisco, destacando logo que o que ama «dá a sua
vida como dom»; enquanto que o egoísta «cuida
da sua vida, cresce neste egoísmo e torna-se um
traidor, mas sempre sozinho».
Entretanto, quem «dá a
sua vida por amor, nunca está sozinho: está sempre em comunidade, em família.» Além
disso, quem «isola a sua consciência no
egoísmo,» acaba «perdendo-a»,
reiterou o Papa, destacando que foi isso o que
aconteceu com Judas, que «era um
idólatra, apegado ao dinheiro»:
«E João
o diz: ‘era um ladrão’. E esta idolatria levou-o a
isolar-se da comunidade: este é o drama da consciência isolada. Quando um
cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido
comunitário, do sentido da Igreja, daquele amor que Jesus nos dá. Ao invés
disso, o cristão que doa a sua vida, que a perde, como diz Jesus, encontra-a, na sua
plenitude. E o que, como Judas, quer conservá-la para si mesmo, no fim perde-a. João
diz-nos que «nesse
momento, Satanás entrou no coração de Judas». E,
devemos dizê-lo: Satanás é um mau pagador. Engana-nos,
sempre!».
«Mas
Jesus ama sempre e sempre se doa. E este seu dom de amor leva-nos a
amar para dar fruto. E o fruto permanece»,
disse o Papa Francisco.
Para concluir o Santo Padre
encorajou
para que nestes dias à espera da Festa do Espírito Santo,
Pentecostes «peçamos: Vem, Espírito
Santo, vem e dê-me um coração aberto, um coração que seja capaz de amar com
humildade e com mansidão, mas sempre um coração aberto que seja capaz de amar.
Peçamos esta graça ao Espírito Santo. E que nos liberte
sempre do outro caminho, do caminho do egoísmo, que termina sempre mal. Peçamos
esta graça!».
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