quinta-feira, 16 de maio de 2013

Satanás é um mau pagador
e engana-nos sempre,
ensina o Papa Francisco


O Papa Francisco disse hoje (14 de Maio), na sua habitual homilia da Missa que preside na Casa de Santa Marta no Vaticano, que Satanás é um mau pagador e engana-nos sempre; e perante essa realidade temos que rezar pedindo ao Espírito Santo um coração capaz de amar como Jesus, porque o que ama nunca está sozinho e não «perde» a sua vida mas sim a encontra.

Na Eucaristia concelebrada pelo Arcebispo de Medellín (Colômbia), Dom Ricardo Antonio Tobón Restrepo, e na qual participaram alguns empregados dos Museus Vaticanos, assim como alguns alunos do Pontifício Colégio Português, o Santo Padre disse que se de verdade queremos seguir Jesus, devemos «viver a vida como um dom» para doá-la aos outros, «não como um tesouro que devemos conservar».

O Santo Padre refletiu sobre a oposição entre o caminho do amor e o do egoísmo. Evocando a palavra forte que Jesus nos diz: «Ninguém tem amor maior que este: dar a sua vida.», o Pontífice destacou que a liturgia de hoje mostra também a Judas, que tinha precisamente a atitude contrária: «e isso porque Judas nunca compreendeu o que é um dom».

«Pensemos naquele momento, quando Madalena lava os pés de Jesus com um perfume, tão caro: é um momento religioso, um momento de gratidão, um momento de amor. E ele (Judas) afasta-se e critica amargamente: «Mas … isso poderia ser usado para os pobres!». Esta é a primeira referência que eu encontrei no Evangelho da pobreza como ideologia. O ideólogo não sabe o que é o amor, porque não sabe doar-se».

Judas estava «isolado na sua solidão», e esta atitude de egoísmo foi crescendo «até trair Jesus.», acrescentou o Papa Francisco, destacando logo que o que ama «a sua vida como dom»; enquanto que o egoísta «cuida da sua vida, cresce neste egoísmo e torna-se um traidor, mas sempre sozinho».

Entretanto, quem «dá a sua vida por amor, nunca está sozinho: está sempre em comunidade, em família.» Além disso, quem «isola a sua consciência no egoísmo,» acaba «perdendo-a», reiterou o Papa, destacando que foi isso o que aconteceu com Judas, que «era um idólatra, apegado ao dinheiro»:

«E João o diz: ‘era um ladrão’. E esta idolatria levou-o a isolar-se da comunidade: este é o drama da consciência isolada. Quando um cristão começa a isolar-se, também isola a sua consciência do sentido comunitário, do sentido da Igreja, daquele amor que Jesus nos dá. Ao invés disso, o cristão que doa a sua vida, que a perde, como diz Jesus, encontra-a, na sua plenitude. E o que, como Judas, quer conservá-la para si mesmo, no fim perde-a. João diz-nos que «nesse momento, Satanás entrou no coração de Judas». E, devemos dizê-lo: Satanás é um mau pagador. Engana-nos, sempre!».

«Mas Jesus ama sempre e sempre se doa. E este seu dom de amor leva-nos a amar para dar fruto. E o fruto permanece», disse o Papa Francisco.

Para concluir o Santo Padre encorajou para que nestes dias à espera da Festa do Espírito Santo, Pentecostes «peçamos: Vem, Espírito Santo, vem e dê-me um coração aberto, um coração que seja capaz de amar com humildade e com mansidão, mas sempre um coração aberto que seja capaz de amar. Peçamos esta graça ao Espírito Santo. E que nos liberte sempre do outro caminho, do caminho do egoísmo, que termina sempre mal. Peçamos esta graça!».





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