segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Bento XVI alenta nova geração de católicos
sem complexos de inferioridade na política


Em Outubro, na sua mensagem pela 46.° Semana Social dos católicos italianos, o Papa Bento XVI explicou que para trabalhar pelo bem comum de um país e de toda a grande família humana é necessário que "surja uma nova geração de católicos, pessoas interiormente renovadas que se esforcem na actividade política sem complexos de inferioridade".

Assim o indicou na carta enviada ao Presidente da Conferência Episcopal Italiana e Arcebispo de Génova, o Cardeal Angelo Bagnasco, por ocasião do mencionado evento em Reggio Calabria com o tema "Uma agenda de esperança para o futuro do país".

No texto, com data de 12 de Outubro, divulgada pelo L'Osservatore Romano, o Santo Padre assinala que diante da crise económica global que também afecta a Itália e que gera nos jovens sentimentos de desesperança "é necessário reconhecer e sustentar com força e com actos a insubstituível função social da família, coração da vida afectiva e relacional, o melhor lugar no qual se assegura a ajuda, a atenção, a solidariedade, a capacidade de transmissão do património de valores às novas gerações".

"Por isso é necessário que todos os sujeitos institucionais e sociais se esforcem em assegurar à família eficazes medidas de apoio, dotando-a de recursos adequados e permitindo uma justa conciliação com o tempo de trabalho", acrescentou.

Ao falar do desenvolvimento humano integral, tema de sua encíclica Caritas in Veritate, o Papa ressalta que "fazer frente aos problemas actuais, tutelando a vida humana desde a concepção até a morte natural, defendendo a dignidade da pessoa, protegendo o ambiente e promovendo a paz, não é uma tarefa fácil, mas tampouco impossível, se mantivermos firme a confiança na capacidade do homem, amplia-se o conceito de razão e seu uso e cada um assume suas próprias responsabilidades".

Mover-se no mundo nesta perspectiva de responsabilidade, continua o Santo Padre, "comporta a disponibilidade a sair do próprio interesse exclusivo, para perseguir juntos o bem do país e da inteira família humana. A Igreja, quando reclama o horizonte do bem comum – categoria que leva sua doutrina social – se refere ao 'bem de todos nós', que 'não se busca por si mesmo, mas para as pessoas que fazem parte da comunidade social e que só nela podem realmente e mais eficazmente conseguir seu bem'".

Por outras palavras, explica Bento XVI, "o bem comum é o que constrói e qualifica a cidade dos homens, o critério fundamental da vida social e política, o fim do actuar humano e do progresso e, 'exigência de justiça e caridade', promoção do respeito aos direitos dos indivíduos e povos, além de relações caracterizadas pela lógica do dom. Isso encontra nos valores do cristianismo o 'elemento não só útil, mas também indispensável para a construção de uma boa sociedade e de um verdadeiro desenvolvimento humano integral'".

Por esta razão, exortou o Papa, "renovo o chamado para que surja uma nova geração de católicos, pessoas interiormente renovadas que se esforcem na actividade política sem complexos de inferioridade. Tal presença, certamente não se improvisa, permanece como o objectivo para o qual deve tender um caminho de formação intelectual e moral que, partindo das grandes verdades em torno de Deus, ao homem e ao mundo, ofereça critérios de julgamento e princípios éticos para interpretar o bem de todos e de cada um".

Bento XVI assinala que esta tarefa, a educação para formar consciências cristãs amadurecidas e assumir a responsabilidade política com competência profissional e espírito de serviço constitui "uma alta vocação, à qual a Igreja convida a responder com humildade e determinação".




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